dezembro 31, 2004

 
PARA NÃO QUEBRAR A CORRENTE

Que venha 2005. A gente se vê lá.

besuntado por Vitor Dornelles 14:37



dezembro 30, 2004

 
AH, NÃO

Eu sei que esses posts sobre "pesquisas esdrúxulas que vieram parar no meu blog" são uma tremenda picaretagem, mas olha só ISSO: fotos do desenho que passava no VELHO OESTE ONDE SE ENCONTRAVA-SE UMA CIDADE ONDE MORAVAM TRÊS BOIS OU TOROS ' fotos""

Parabéns ao visitante anônimo que veio parar aqui com essa busca. Foi a pesquisa mais bizarra que eu vi em quase um ano e meio de Repolhópolis.

besuntado por Vitor Dornelles 13:38


 
NÃO ESTOU COM FEBRE

Já tirei minha temperatura e ela estava normal. Não sei o que está acontecendo. Desde o dia 21 de dezembro que eu não fico um dia sequer sem escrever aqui. Se não é doença talvez seja o apocalipse. Só para variar.

besuntado por Vitor Dornelles 09:43



dezembro 29, 2004

 
QUEM AVISA AMIGO É

Gabriel, meu filho, o que você anda aprontando? Já tem gente querendo baixar você na Internet. Olha só a busca que apareceu no meu contador: downloads de gabes. Se liga, mermão!

besuntado por Vitor Dornelles 11:17



dezembro 28, 2004

 
VAMOS FALAR MAL DE ALGUMA COISA

Uma bem fácil: Charlie Brown Jr.

Meu maior problema com essa bandinha skatista de Santos não tem a ver com o fato do seu repertório ser composto por músicas irritantes e pouco criativas, nem com as letras, que parecem ter sido escritas por um orangotango lobotomizado no meio de uma diarréia (quem não conhece "Eu não sei fazer poesia / Mas que se foda", os versos mais contundentes do cancioneiro nacional?), e também não está relacionado ao seu vocalista semi-débil mental, que ainda por cima consegue ser uma espécie de "modelo de rebeldia" para a juventude. Não. Por tudo isso a banda pode ser perdoada. Afinal, música ruim é o que toca em 99% das rádios brasileiras, letras imbecis existem desde que inventaram o Kid Abelha e jovem é mesmo um bicho muito estúpido para escolher seus modelos decentemente.

O que me irrita nessa bandinha tatuada é justamente a partícula principal do seu nome: Charlie Brown. Por que, num universo tão grande de possibilidades, eles tinham que mexer logo com o garoto da cabeça redonda? Com o ídolo de todo nerd que se preze, de qualquer pessoa que já esteve apaixonada por uma "menininha ruiva"? Associar o nome Charlie Brown a um projeto sonoro tão medíocre deveria ser crime. Aposto que nos países sérios, como a Noruega, é.

Os mais idosos devem se lembrar de que o Jota Quest já se chamou J. Quest (com o "J" pronunciado em inglês). No entanto, os donos - ou coisa parecida - da marca "Johnny Quest", um desenho tão bacana, obrigaram os safados a mudar de nome. Então, eles aportuguesaram o "Djei" e abriram caminho para piadinhas infames com o nome da banda, como "Xota" Quest. O que deixou o mundo mais divertido e compensou, pelo menos um pouquinho, a existência desse furúnculo musical.

Infelizmente, Charles Schulz parece não ter se incomodado com a heresia dos skatistas de Santos. Devia estar mais preocupado em desenrolar a pipa da árvore, ou em acertar o chute na bola de futebol americano. Compreensível, mas ainda assim revoltante.

Mas o que me deixa indignado mesmo é que só personagens legais é que viram nome de banda ruim. Por que o Charlie Brown Jr. não escolheu se chamar Scooby-Loo Jr.? Ninguém teria se importado - existe alguém que goste do Scooby-Loo? - e seria muito mais coerente com a proposta da banda.

Tinha pensado até numa campanha, cujo slogan seria "Bandas ruins, deixem os personagens maneiros em paz!". Mas não sou muito bom nisso, como vocês podem notar.


besuntado por Vitor Dornelles 20:28



dezembro 27, 2004

 
JOGO DOS 20 MIL ERROS

Eu não vejo novela há alguns anos e praticamente não assisto televisão, mas mesmo assim, por algum motivo insondável, continuo lendo a Revista da TV todo domingo. Hoje, por exemplo, saiu uma matéria altamente informativa sobre o sósia do Cabeção. Não sei quem é Cabeção e sei menos ainda quem é seu sósia (um garçom do Projac), mas foi impossível não ler a reportagem. Atentem para a foto:



"Sósia" e Cabeção.


Segundo a matéria, o garçom é confundido com o tal do Cabeção em todos os lugares. No ônibus, na escola, na academia e até na própria Globo. Interpreto isso como um sinal de que as pessoas andam abusando no consumo de psicotrópicos. Porque vejam bem: os dois não têm absolutamente nada a ver. Não têm a mesma cor de olho, nem o mesmo nariz, nem a mesma boca, nem o mesmo corte de cabelo, nem o mesmo formato de rosto, NADA! Nem as orelhas são parecidas. Ou este é o maior caso de alucinação coletiva que eu já vi ou as pessoas são fisionomistas ainda piores do que eu imaginava. Ok, ok, vou dar um desconto: à noite, na chuva, observados a 100 metros de distância e virados de costas talvez eles sejam remotamente parecidos. E olhe lá.

Alguém precisa ensinar para essa gente o que são verdadeiros sósias. Eu e Stênio Garcia, por exemplo, somos um caso típico de extrema semelhança:


Quase gêmeos


Já perdi a conta de quantas vezes fui parado na rua aos gritos de "Stênio! Stênio!".

— Stênio, dirige um caminhão aí pra gente ver!

— Eu não sou o Stênio Garcia. Sou um sósia.

— Ah, você acha que engana a gente, Stênio?

Nessas horas sou obrigado a ser grosso. Viro as costas e vou embora, sem a menor cerimônia.

Vida de sósia é difícil. Confesso, porém, que às vezes surgem oportunidades de ganhar um trocado em cima disso. Volta e meia me convidam para feiras de agropecuária, onde me apresento como Stênio Garcia cover. Já dei palestras para executivos também, ensinando a importância do diferencial na superação de obstáculos. Mas no cotidiano é um porre. Houve uma época em que não podia freqüentar supermercados. Hoje em dia só vou a lugares públicos usando boné e óculos escuros. Às vezes eu queria não ser tão parecido assim com o Stênio Garcia.

Sorte maior teve meu bisavô, que apesar da extrema semelhança com o Liam Neeson não foi seu contemporâneo. Mas isso já é outra história...

besuntado por Vitor Dornelles 01:39



dezembro 26, 2004

 
GRANDE BOCA

Adivinha só o que a Globo passou na madrugada do dia 25 pro dia 26?

...

Annie, o filme do Natal, é claro! Mas eu não vi, não.

besuntado por Vitor Dornelles 23:33



dezembro 25, 2004

 
QUEM NÃO TEM CÃO

Na falta de trilha sonora apropriada para embalar a ceia de Natal, resolvi arriscar um "Pet Sounds". E não é que funcionou às mil maravilhas? Altamente natalino, quem diria. Vai virar tradição.

besuntado por Vitor Dornelles 13:09



dezembro 24, 2004

 
NATAL DE 82


Cadeira de plástico é foda, hein?
Clique na foto para vê-la ampliada


Taí a prova indiscutível de que eu sou macho pra caralho. Aos 2 anos de idade, mesmo abraçado por um assustador Papai Noel refastelado numa cadeira de plástico, cercado pelo logotipo medonho do shopping Rio Sul e por uma propaganda gigantesca de "Annie, o filme do Natal" e tendo ao fundo um painel de estrelas que deixam arco-íris como rastro, eu resisti bravamente e não saí correndo e nem desatei a chorar.

Ser criança hoje em dia é muito mais fácil.

besuntado por Vitor Dornelles 01:14



dezembro 23, 2004

 
SINAIS DO APOCALIPSE

Davi Moraes, Preta Gil e LanLan formaram uma banda chamada Os Tresloucados.

Incrível como isso põe as coisas em perspectiva. Tribalistas parece menos ruim e o exílio se tornou uma opção ainda mais atraente.

besuntado por Vitor Dornelles 01:44


 
DÚVIDA EXISTENCIAL

Será que eu sou a única pessoa do mundo que toca guitarra imaginária no volante do carro?

besuntado por Vitor Dornelles 00:39



dezembro 22, 2004

 
UM SUJEITO ESTRANHO

— O senhor gostaria de alguma ajuda?

— Ah, sim, obrigado. Queria saber se essa blusa só tem dessa cor.

— Não, não. Temos também verde e azul.

— Ah, tá.

— É pra presente?

— Não, é pra mim mesmo. Não dou presente de Natal. Nunca ganho nada das outras pessoas, então também não compro nada pra ninguém. Só pra mim.

— Mas, senhor, esta é uma loja de roupas femininas!

— Eu sei.

besuntado por Vitor Dornelles 19:03


 
VOCÊ SABE QUE NÃO É MUITO POPULAR QUANDO...

...os únicos cartões de Natal que recebe são do carteiro e do entregador de jornais.

besuntado por Vitor Dornelles 00:08



dezembro 21, 2004

 
COLETÂNEA REPOLHÓPOLIS NO AR

Com alguns dias de atraso, como é de praxe, botei no ar a primeira parte da Coletânea Repolhópolis - Volume 1. Nesta primeira leva, ofereço o lado A (ou as primeiras 10 músicas) de uma seleção para lá de esquizofrênica e idiossincrática. Evitei fazer um "best of" das canções de 2004 e salpiquei no meio algumas coisas dos anos 60, pequenas obscuridades dos 90 e até música de videogame (!). De 2004, nada de Franz Ferdinand, TV On The Radio, Bloc Party, Morrissey ou Modest Mouse. Gosto de todos, mas dei preferência a bandas menos comentadas (mas não muito, que não sou tão indie assim). Ok, menos chorumela e mais ação. Deixo vocês com um faixa-a-faixa, que inclui também a segunda parte da coletânea (conhecida como "Lado B" ou "as 10 músicas restantes") que só deve ser desovada em meados de janeiro.

01) Chisel - "On Warmer Music" - A música de abertura abre também o disco "Set You Free" (1997) da antiga banda do Ted Leo (da velha conhecida - pelo menos para quem freqüenta isso aqui - Ted Leo and the Pharmacists). Um rockzinho vigoroso, bom para começar os trabalhos.

02) Blues Explosion - "Crunchy" - A Jon Spencer Blues Explosion (responsável pelo melhor show da minha vida) encurtou o nome e lançou este ano um álbum bem mais fraco do que os anteriores. Essa faixa é a exceção do disco e por isso veio parar aqui.

03) OPMC - "Fire Child" - Esta banda holandesa, que faz um folk psicodélico muito bom, foi a descoberta musical do ano para mim. Eles não são recentes, não. "Fire Child" é a música de encerramento do excelente "Amalgamation", que foi lançado entre 1969 e 1970 (não consegui descobrir a data exata). Uma cópia em vinil não sai por menos de 80 euros no mercado de colecionadores. Obviamente essa preciosidade não existe em CD e sequer consta no Allmusic. Tanto que é possível ouvir os estalos do vinil no arquivo que eu disponibilizei.

04) Of Montreal - "Rapture Rapes The Muses" - A banda indie por excelência, que este ano lançou um álbum mais "acessível", "Satanic Panic In The Attic", de onde eu tirei essa divertida canção.

05) Mirah - "Jerusalem" - A música de protesto mais doce já escrita. Tirei do álbum "C'Mon Miracle", lançado este ano pela moçoila judia. Li uma boa definição pro som dela no Gordurama, que o comparava a uma pluma caindo na cabeça do ouvinte como uma bigorna. É bem por aí.

06) Elliott Smith - "A Fond Farewell" - Faixa do disco póstumo do cantor, lançado este ano. Não se deixe enganar pela melodia aparentemente feliz. A música é deprimida que só ela, com versos como "A little less than a human being/A little less than a happy high/A little less than a suicide". Mas é excelente, como praticamente tudo que ele fez.

07) The Arcade Fire - "Une Année Sans Lumiere" - Uma das melhores músicas do ano, tirada do aclamado "Funeral", também lançado este ano pela banda canadense. Recomendo o álbum todo, aliás.

08) The Kinks - "Picture Book" - Música do ótimo "Village Green Preservation Society" (1968) que vem sendo redescoberto e revalorizado duns anos pra cá. Se não me engano, esta faixa virou até tema de comercial de site de armazenamento de foto (ou de máquina digital, não sei ao certo). Tudo a ver, eu diria.

09) Grand National - "Cherry Tree" - O que é isso? Um hit perdido das discotecas? Nem. Acredite se quiser, mas esta música foi tirada do álbum de estréia do duo britânico formado por Lawrence Rudd e Rupert Lyddon, lançado este ano mesmo. Bem legal.

10) Yohihito Yano, Saki Kabata - "Lonely Rolling Star" - Certamente a canção mais idiossincrática desta coletânea. Ela faz parte da trilha sonora do jogo mais original lançado para PS2 este ano, Katamari Damacy. Nele, você é um extraterrestre de cinco centímetros que tem que rolar uma bola que gruda em todo tipo de objetos. Você começa pegando coisas pequenas, como lápis e botões, e termina grudando transatlânticos e prédios na sua bola de tranqueiras. Uma diversão só. E essa música, cantada em japonês, não sai da minha cabeça.

11) The Zombies - "This Will Be Our Year" - O lado B começa com os Zombies, uma das bandas mais subestimadas de todos os tempos. A canção é do álbum "Odessey and Oracle" (1968) que ganhou uma reedição luxuosa este ano (lá fora) e vem revigorando o interesse pelo grupo. Com uma letra otimista, para começar o ano bem.

12) A.C. Newman - "Most Of Us Prizefighters" - O principal vocalista e compositor dos New Pornographers deu as caras nos downloads alguns meses atrás, com algumas faixas do seu fantástico álbum solo, "Slow Wonder", lançado este ano. Essa música estava entre as oferecidas, mas resolvi repetir a dose porque gosto muito desse disco.

13) Strawberry Alarm Clock - "Soft Skies, No Lies" - Banda psicodélica pouco conhecida por aqui. A faixa do disco "Wake Up... It's Tomorrow", de 1967, é uma das músicas que mais escutei este ano.

14) American Music Club - "Why Won't You Stay" - Depois de um hiato de dez anos, esse grupo voltou recentemente com um álbum elogiado. Como não conhecia nada feito anteriormente por eles, fui atrás de um disco de 1991, chamado "Everclear". Não me arrependi. A música em questão - linda - abre originalmente esse disco.

15) Scott Walker - "Get Behind Me" - Outro velhinho que vem sendo redescoberto de uns tempos para cá. Recentemente lançaram uma caixa com cinco discos, cobrindo toda a carreira deste ex-Walker Brothers (que foi uma espécie de conjunto precursor das "boy bands" no início dos anos 60). O destaque é o vocal ultra marcante, cuja influência é bastante perceptível em grupos como Divine Comedy e Magnetic Fields.

16) Nick Drake - "Man In A Shed" - Esta canção, do álbum "Five Leaves Left" (1969), foi muito bem definida pela minha namorada: é a melhor cantada de todos os tempos. E é sempre bom lembrar que você não é uma pessoa completa até ter escutado toda a discografia do Nick Drake (calma, são só 3 discos).

17) Grant Lee Buffalo - "Mockingbird" - A extinta banda do Grant Lee Phillips (que, não me canso de repetir, é uma das grandes vozes dos anos 90, se não a maior) comparece com este belo exemplar do disco "Mighty Joe Moon", de 1996.

18) Flamin' Groovies - "Love Have Mercy" - Mais uma banda (injustamente) pouco conhecida do final dos anos 60. A faixa, bem dançante, é do disco de estréia dos californianos, "Supersnazz", lançado em 1968.

19) Eighties Matchbox B-Line Disaster - "Rise Of The Eagles" - A banda com um dos nomes mais esquisitos de todos os tempos e de som idem. Não sei defini-los, mas gosto muito. A faixa é do álbum "Royal Society", lançado este ano.

20) Uncut - "Day Breaks Red Light" - Fechando a coletânea, uma das melhores músicas com guitarras saturadas lançada este ano. A faixa é do álbum "Those Who Were Hung Hang Here", do pouco conhecido grupo canadense.

****

Mas calma, ainda não acabou! Como sou um sujeito muito bonzinho e desocupado, preparei também a capa e a contracapa da coletânea, caso algum outro desocupado deseje "queimar" um CD com estas músicas. É só clicar nos links respectivos com o botão direito e depois em "salvar destino como". Também devo disponibilizar a label do CD ainda hoje. Avisarei num update logo abaixo destas linhas.

Ah, sim, e para baixar as primeiras 10 músicas é só clicar em "ninfetas virgens amadoras" e seguir as instruções.


besuntado por Vitor Dornelles 18:24


 
DONA VILMA É PINTO

Se vocês, assim como eu, acham que seqüestradores de bebês (como a famosa dona Vilma) são pessoas incrivelmente asquerosas e indignas de compaixão, como classificariam a americana Lisa Montgomery? A moradora do Kansas, de 36 anos, fez amizade pela Internet com a moradora do Missouri Bobbie Jo Stinnett, de 23 e grávida de 8 meses, fingindo interesse num cachorro. Numa ação premeditada, Lisa viajou até a casa da jovem, estrangulou-a e roubou o bebê de dentro do ventre da mãe, realizando ela mesma a cesariana. Depois, voltou para casa com a criança e contou ao marido, para quem fingira uma gravidez, que o bebê nascera durante a viagem. O FBI, no entanto, descobriu seu paradeiro e prendeu a assassina-seqüestradora. Por sorte o bebê sobreviveu à operação e já teve até alta do hospital onde estava internado.

Lisa Montgomery deve ser condenada à prisão perpétua ou à pena de morte. O mínimo, convenhamos, para um crime tão hediondo quanto fútil. Se tivesse acontecido aqui no Brasil, em menos de 10 anos essa mulher estaria de volta às ruas. Isso, claro, considerando que nossa polícia conseguisse prendê-la antes da criança seqüestrada chegar aos 20 anos de idade.

besuntado por Vitor Dornelles 17:22



dezembro 18, 2004

 
TOMARA QUE PASSE NO ANIMA MUNDI


The Meaning of Life


Ié! O novo filme do Don Hertzfeldt, "The Meaning Of Life", já está pronto e vai competir em Sundance no ano que vem! Freqüentadores mais antigos do blog sabem que sou um grande fã das animações do cara e que volta e meia costumo disponibilizar alguma coisa dele nos downloads ("Rejected" e "Ah! L'amour", por exemplo). Mal vejo a hora desse curta passar aqui.

****

Ainda dentro do assunto. Fui dar uma lida num chat que fizeram recentemente com o Don Hertzfeldt. Vejam como ele é divertido:

Pergunta: Will the fluffy thing make another appearance again in the coming years?
Don Hertzfeldt: I think the fluffy things have come down with a blood disease and have died.

Pergunta: Do you ever get distracted with other things when trying to work on a film?
Don Hertzfeldt: I am frequently distracted by invisible bats and miniature toads.

Pergunta: Do people stop you on the street and say "Hey, you're Don Hertzfeldt"?
Don Hertzfeldt: No, they usually say "hey you're johnny depp" and then i sign an autograph.

besuntado por Vitor Dornelles 01:27



dezembro 17, 2004

 
FAZENDO MELDA

Estava procurando um gibi quando me deparei com a seguinte capa de "Cebolinha": ele sentado na frente do computador, com uma cara assustada, enquanto da tela do monitor sai um moleque de rosto redondo e uns óculos bem grandes dizendo "BLZ" e ":)" em dois balões diferentes. No canto inferior direito, a chamada elucidativa: "Nesta edição, a estréia de Bloguinho!".

Não, cara. BLOGUINHO, não! BLOGUINHO muito não!

Alguém precisa aposentar urgentemente o Maurício de Souza.

besuntado por Vitor Dornelles 13:22



dezembro 13, 2004

 
OS INCRÍVEIS


Expect The Incredible


Melhor filme já feito pela Pixar. Mais do que isso: melhor filme de animação em computador de todos os tempos. E já que estou no embalo, melhor filme do ano.

Vejam e gostem. Agora com licença que eu vou fazer fila pro 2.

besuntado por Vitor Dornelles 21:52



dezembro 10, 2004

 
MEUS XARÁS

Posso contar nos dedos da mão direita o número de Vitors que conheci ao longo da vida. Nunca tive a ilusão de que ter o mesmo nome torna as pessoas parecidas. Ao contrário de muita gente, não simpatizo imediatamente com um xará. Talvez isso tenha se agravado depois que eu prestei vestibular para a Uerj. As salas de prova eram divididas por nome, e na minha só havia Vitors. Foi provavelmente o maior desfile de pessoas estúpidas que presenciei em toda minha vida (ou quase; acho que a fila de votação em 2002 foi pior). Sério, estupidez é uma característica que se entranha no rosto da pessoa. Não sei explicar. Um dos Vitors presentes nesta ocasião foi também o sujeito mais feio que já encarei. Levei até um susto quando ele entrou na sala. Parecia uma experiência perdida do Dr. Moreau, uma espécie de cruzamento de humano com sapo. Freak show perdia feio.

Essas recordações me levaram a procurar no Orkut uma comunidade dedicada a pessoas chamadas Vitor. Pensei: "Se na vida real o negócio já era assustador, na Internet deve ser ainda pior". Obviamente, não estava enganado. Com o agravante de que na comunidade "Vitor" é possível conhecer o pensamento vivo dos meus xarás. Alguns exemplos, para deleitar meus leitores:

Para começar, peguemos o tópico "fora aos victors" [para economizar nos (sic), aviso que as reproduções são literais].

O primeiro Vitor diz:
— hehe estes sao os falsos vitor todos recalcados vamos exclui-los desta sociedade

Ao que responde o segundo Vitor:
— Victor é o caralho. Vitor que é Vitor não tem C. Esse C é influência americana pra tomar conta do nome. O nome é nosso e não tem C. E ponto final

Vitor número três também tem uma opinião lúcida:
— Pau no cu dos Victors... Victor com C eh coisa de bicha

Vitor quatro não deixa por menos:
— Pode crer.. Esse C no meio eh C de Corno, Caralho, Cuzao!! Inda bem que minha mae naum tava chapada ao ponto de fazer uma besteira dessa comigo!! ahauhauahuahuhaa Curto muito ser Vitao!![]s

E agora, Vitor cinco? O que você tem a acrescentar?
— Essa falsificação fajuta do melhor nome do mundo é uma mentira... Vitor vem de Vitória, Vitorioso. Eu não vi a letra "C" em nenhum desses significados. Esse "C" é de CAGÃO...

Entusiasta do raciocínio lógico, Vitor número seis deixa bem claro:
— Eh uma bosta quando perguntam se tenho C no nome, claro q nao, VITOR é meu nome, esse C eh coisa d pai retardado...

[O mais engraçado é pensar que "Vitor" é derivado de "Victor", que significa "vencedor" em latim].

Mas tudo bem, sigamos adiante. Pelo que eu entendi, houve uma vez em que entrou um Denis na comunidade. Isso causou revolta nos Vitors e motivou o tópico "Fora Denis", iniciado por Vitor número sete:
— Que que esse denis tah fazendo aki??? Essa eh a comunidade dos Vitor e não dos Denis!!!!Movimento Fora Denis

Vitor oito apóia a iniciativa:
— Apoiado!! Vá entrar na comunidade dos Denis!! Por acaso vc é Denis Vitor ou Vitor Denis? Se for, então muda o seu profile prá ficar aparecendo Vitor na comunidade.

Vitor Augusto, numa demonstração eloqüente, também aprova o Movimento Anti-Denis:
— eh isso ai!

Nisso, Denis dá uma resposta genial de tão estúpida:
— E DAIH EU ME CHAMA DENIS!!?? EU SEMPRE QUIS ME CHAMA VITOR.

Vitor nove é um adepto da filosofia do "whatever, se vira":
— Sei la ,.. se vira.. aki eh soh VITOR!!! cria uma comunidade "queria me chamar VITOR" huauhauha!! vaaza

Já o Vitor número dez se mostra um cara compreensivo:
— Porra vitorS! Este é um Denis que queria ser Vitor, mas não teve a mesma sorte e o Privilégio que agente. rsrsrsrs Deixa o cara ser feliz! deixa ele se sentir um Vitor. rsrs

Denis agradece a manifestação:
— PO...EH ISSO AIH, VALEU VITOR! PODEM ME CHAMA DE VITOR SE QUISEREM...

Por fim, Vitor Hugo propõem uma solução legal (de "lei", não de "bacana"):
— Vá a um cartório e mude seu nome para Vitor Denis, seja bem vindo então a comunidade mais bençoada do Orkut!!

[Se esta é comunidade mais "bençoada" do Orkut, tenho pena das outras].

No final das contas, Denis acabou sendo expulso da comunidade (e voltou tempos depois, uma vez que o mui esperto moderador não ajustou a comunidade para "moderated"). Há outros tópicos interessantíssimos também, como "Vitor com acento ou sem acento?", "Vitor, Vitão ou Vitinho???" e "Aeee Vitarada!!", mas vou poupá-los de tamanha agonia.

Antes que alguém me pergunte: não, claro que não me filiei. Mas a minha curiosidade antropológica ainda não havia sido saciada e resolvi investigar a existências de outra comunidades dedicadas a Vitors.

Sem levar em consideração comunidades dedicadas ao Vitor Belfort e as clássicas Eu amo o Vitor (geralmente dedicada a um Vitor específico) e Eu amo meu namorado Vitor (para garotas que namoram Vitors), sobram várias comunidades ultra-específicas que muitas vezes não fazem o menor sentido, como Churrasco na casa do Vitor; Onde esta o Vitor? (criada pelo próprio); EU ODEIO AS PIADAS DO VITOR (que, pelo que eu entendi, sempre conta a mesma "PIADA DO ONIBUS"); Bunda do Vitor (cuja descrição começa perguntando "quem ñão acha a bunda do vitor grande??"); As mil faces de Vitor! (que, também segundo a descrição, pode se parecer com um bicho de goiaba, um boneco de cera ou com o Tony (?) de "Da Cor do Pecado"); O VITOR É UM CAVALO...; FERNANDAs que amam VITORs (acreditem se quiser); Eu ACHO que o VITOR é DOIDO!!!; Vitor!! Amanhã!! ai meu deus!! (cuja descrição é dadaísmo puro: "com seus tremiliques conquistou a todos, simplesmente "O CARA", nossa!! e seus ataques "piranha", po this is classic... qdo chega com suas profundas e mto tocantes bordoes: "ai q lingua gostosa", "ai meu deus", "magricela" uahuauha MACUMBA... dizem q vai casar com sua vizinha. Sera???"); Eu já peguei a prima do Vitor (tremenda baranga, segundo a descrição); Vitor Espadinha ("o grande cantor de Sim eu sei que tudo sao recordações"); O Vitor tá se achando! (relacionada à "Onde esta o Vitor", pelo que entendi); Eu estudei em VITOR!!! ("MELHOR Curso de Pré-Vestibular de São Gonçalo"); PEGUE NO BILAU DO VITOR VC TB!; Victor e Vitor (tentativa de conciliar os irreconciliável - não é à toa que só tem UM membro); Eu Odeio o Vitor (Feio) (tão deprimente que o próprio criador - e único membro - abandonou a comunidade) e Vitor sbc (a mais hermética, cuja descrição diz "quem gosta de montar lego,é bem vindo mas a unica regra é destruidores de legos não entrarão ___". Deve ser alguma seita).

A conclusão disto tudo é óbvia: informação demais faz mal. E pelo visto se chamar Vitor também.

besuntado por Vitor Dornelles 14:54


 
UM POUCO DE VELUDO

Já que eu babei o ovo do "Loaded" no post sobre a confusão envolvendo Velvet Underground e Ry Cooder, resolvi disponibilizá-lo na íntegra nas "ninfetas virgens amadoras". Achei que seria injustiça não incluir uma música do Ry Cooder e disponibilizei como bônus uma música do sujeito: "Taddler". Meu critério de escolha foi o seguinte: como não conheço patavina da carreira do velhinho, tive que apelar para o AMG. Não queria deixá-lo mal na fita em comparação com o Velvet, então decidi que a faixa deveria ser do seu melhor disco de carreira na opinião do Allmusic. Dentre as canções-destaque indicadas por eles, dei preferência a uma que fosse composta pelo próprio Ry Cooder. Baixem e escolham seus preferidos.

****

A partir do dia 16 haverá um download especial de fim de ano. Será a Coletânea Repolhópolis Volume 1. Tentei fazer uma coisa parecida no ano passado, mas não era exatamente o que eu queria. Como estou menos ocupado neste ano, a Coletânea terá capa e contracapa baixáveis e provavelmente será dividida em duas partes, devido ao grande número de músicas. A primeira fica no ar até o fim do ano e a segunda estará disponível a partir de janeiro. Aguardem.

****

E por último gostaria de agradecer aos meus poucos porém fiéis leitores, que, sempre que podem ou se lembram, clicam nos anúncios do Google ali do lado. Até o momento já arrecadei 18,53 dólares, que é muito mais do que eu esperava, considerando que este é um blog de pequeno porte. Nesse ritmo pode ser que eu chegue aos 100 dólares antes do meio de 2005. Muitíssimo obrigado. Prometo mais downloads para o ano que vem.

besuntado por Vitor Dornelles 01:50



dezembro 09, 2004

 
PAPO DE MALUCO

Saiu ontem, no Globo, uma matéria sobre o resultado do Programa Internacional de Avaliação de Alunos de 2003, que classificou o ensino brasileiro como um dos piores do mundo. Não é para menos. Dos 40 países avaliados, o Brasil foi o 37º em Leitura, o 39º em Ciências e o último em Matemática. Pior: o número de pontos alcançados pelos nossos estudantes foi tão baixo que não conseguiu sequer classificá-los no nível 1, o mais elementar. Segundo a matéria, "nesse nível, os estudantes são capazes de desempenhar ações óbvias e seguir as informações do problema proposto". Trocando em miúdos: se orangotangos bem-treinados tivessem feito a prova no lugar dos estudantes brasileiros, o resultado poderia ter sido melhor. O teste foi feito com alunos da rede pública e privada, sem distinção de série.

É injusto culpar só os estudantes pelo péssimo resultado, porém. Os professores também contribuem para o desatre do ensino brasileiro. Antes de ingressar na UFRJ, estudei a vida toda na rede privada, a maior parte em colégios católicos (apenas o jardim de infância e a alfabetização foram em colégio laico). Nesse meio tempo, presenciei alguns absurdos em sala de aula que dão uma pequena dimensão do atoleiro em que o sistema educacional está metido. Quando minha irmã estava na 2ª série, por exemplo, meus pais tiveram que ir ao colégio reclamar que a professora havia ensinado que o ordinal do número 60 era "sexUagésimo", ao invés de "sexagésimo". A "mestra" havia tirado ponto numa prova da minha irmã porque ela escrevera da forma correta. Acreditem ou não, a professora se recusava a admitir que estava errada.

Na 3ª ou na 4ª série, tive uma professora que me ensinou que não devíamos dormir com plantas dentro de um quarto fechado. Segundo ela, à noite as plantas sugavam oxigênio e liberavam gás carbônico (ou seja, respiravam) e podíamos acabar asfixiados. Engraçado é imaginar que as plantas só respiram à noite. Como é que elas fazem no resto do dia? "E quer dizer que dormir no mesmo quarto que o meu irmãozinho também pode me matar? Acho que ele libera mais CO2 do que uma samambaia."

Na 8ª série, quando deveríamos pelo menos ter começado a ler os grandes clássicos da literatura, uma professora passou como leitura obrigatória um livro do Paulo Coelho (a saber: "Nas margens do rio Piedra eu sentei e chorei", certamente a maior bosta que já li em toda minha vida). Fui obrigado a fazer prova e tudo.

No 2º ano do 2º grau, uma professora de Geografia insistia em dizer que não havia terremotos no Brasil que fossem causados por deslocamento de placa tectônica. Rebati a afirmação, pois meus pais são geólogos e sei que isso não é verdade. Ela, no entanto, se recusou sequer a discutir o erro. (E nem é preciso ser formado em geologia para perceber o engano; o noroeste do Brasil fica muito perto dos Andes, que é uma área de atividade geológica intensa. Um terremoto com epicentro ali pode muito bem atingir a Amazônia - e atinge).

É incrível pensar que a maioria dos meus colegas de 2º grau se formou sem nunca ter lido a fase realista de Machado de Assis. Sem fugir à média dos estudantes brasileiros, meus companheiros de estudo só liam o que fosse obrigatório. De Machado de Assis, infelizmente, só nos passaram "Helena", da fase romântica. O resto foi só José de Alencar, o abominável, na veia.

Tive apenas um professor de literatura que estimulava a leitura em prol do decoreba. E, claro, não era compreendido e foi convidado a se retirar do colégio no ano seguinte. Uma tristeza. Quando me recordo do primário, percebo como não há incentivo nenhum à leitura, mesmo em estabelecimentos particulares. Não havia biblioteca no colégio em que estudei da 1ª à 8ª série, por exemplo. Aliás, minto. Houve uma biblioteca, mas apenas na 1ª série. A professora nos levou lá uma única vez e depois ela foi desativada. Em compensação, quando eu estava na 8ª série, inauguraram um ginásio poliesportivo com piso emborrachado e placar eletrônico. Por aí dá para perceber quais eram as prioridades de investimento das freiras.

Apesar do Brasil ter obtido uma colocação melhor em Leitura do que em Ciências e Matemática no teste internacional, acho que tudo passa obrigatoriamente pela primeira. E o que mais existe no país são pessoas alfabetizadas que não sabem ler. A internet é um bom lugar para perceber isso. Quantas milhares de perguntas inúteis em fóruns poderiam ser evitadas se as pessoas tivessem a capacidade de ler as regras e os FAQs? Quantas buscas por imagem seriam mais bem-sucedidas se as pessoas parassem um segundo para ver que no Google há um link específico para esse tipo de busca? Parece trivial, mas é um sintoma grave. Se as pessoas não conseguem compreender procedimentos simples descritos num site, imaginem um livro inteiro! É quase um trabalho de Hércules.

Sim, sim. Definitivamente. Não há nada que possa ser feito pela educação brasileira antes que se extermine o analfabetismo funcional. E o primeiro passo nessa direção é assumir sua existência. Pode parecer incrível, mas minha namorada trabalhou num site voltado para o terceiro setor e me contou: é tabu fala sobre analfabetismo funcional no Brasil. Estão mais preocupados em divulgar estatísticas de como mais pessoas aprendem a ler a cada ano sem se importar se estas pessoas continuam a ler. E se compreendem o que lêem.

Tabu maior ainda é falar de analfabetismo funcional entre professores. É praticamente pecado mortal. A verdade é que no Brasil só existem dois tipos de pessoas que se tornam professores: os que têm amor à causa e os que não têm opção (seja por limitação intelectual, seja por limitação empregatícia). Enquanto não existir um terceiro tipo de pessoa, os que se tornam professores porque é vantajoso (financeiramente, profissionalmente), o país continuará a amargar posições medíocres em avaliações internacionais. Para que surja esse tipo de pessoa, é necessário que se pense sobre educação de maneira séria e objetiva no Brasil. Ou seja: sem cotas, sem obras inúteis e com uma reforma do magistério. É utópico, mas não ha nada neste país que não seja.

É isso aí. Votem em mim. E tal.

besuntado por Vitor Dornelles 19:06



dezembro 07, 2004

 
O CASO DAS EMBALAGENS TROCADAS

Aconteceu algum tempo atrás, na Saraiva do Rio Sul. Eu passeava pela seção de CDs quando encontrei o "Loaded" do Velvet Underground por cerca de 20 reais. Importado. Não titubeei e comprei na hora. Voltei para o carro e botei o disco no CD-player. Ao invés dos primeiros acordes de "Who Loves The Sun", começou a tocar uma música completamente desconhecida. Ouvi por alguns segundos até ter certeza: aquilo não era Velvet Underground nem aqui nem na Lapônia (eu sei que a China é mais comum, mas é o espírito natalino). Tirei o CD e não deu outra: era um disco do Ry Cooder. Voltei à loja imediatamente, para fazer a troca.

— Oi, eu comprei esse disco do Velvet Underground, só que veio com um CD do Ry Cooder dentro.

O vendedor me encarou incrédulo.

— Que estranho.
— Pois é.

Ele abriu a caixa para ver se eu não estava mentindo.

— Pô, mas Ry Cooder é legal.
— Tudo bem, só que eu não paguei por um CD do Ry Cooder, e sim por um do Velvet Underground.

De repente o vendedor teve um estalo.

— Já sei o que pode ter acontecido. Nós colocamos os CDs da loja para tocar como música de fundo. A maioria das pessoas não sabe, mas nós temos uma máquina de plástico de CD aqui para reembalar os que escutamos. Pode ter acontecido isso. Algum vendedor deve ter trocado na hora de reembalar.

Achei a desculpa bastante plausível e aguardei enquanto ele pegava outra cópia do "Loaded". Antes que eu fosse embora, no entanto, ele sugeriu que abríssemos o CD para conferir se estava tudo certo.

— Não custa nada, né!, ele disse.

Concordei e abrimos.

E lá estava ele, como que sorrindo para nossas caras aparvalhadas. Outro CD do Ry Cooder.

— Mas não é possível. Como pode?, perguntou-se o vendedor.

Ele chamou um colega para dividir a estupefação.

— Olha só, dois CDs do Ry Cooder no mesmo disco do Velvet Underground!

Aquilo, obviamente, punha por terra a teoria da reembalagem equivocada feita na loja. Um deles teve a idéia de procurar a caixa do CD do Ry Cooder para ver se lá dentro estavam as cópias desaparecidas do "Loaded". Abrimos e havia apenas os CDs do Ry Cooder, nada de Velvet Underground.

— Vamos ver se a gravadora é a mesma. Pode ter sido um erro deles, pensou um dos vendedores.

Olhamos no verso dos discos e não, as gravadoras eram completamente diferentes. Assim como os anos de lançamento. Sem contar que o do Velvet era produzido na Europa e do Ry Cooder na Zona Franca de Manaus.

— Meu deus, isso é inexplicável!, disse o primeiro vendedor, aturdido.
— Vamos ver se isso acontece com a outra cópia do Velvet Underground também, sugeri.

Pegamos a terceira - e última - cópia do disco. Abrimos, com uma certa apreensão, mas desta vez o "Loaded" estava lá.

— Menos mal, eu disse.

Saí da loja com a minha cópia certa, deixando os dois vendedores coçando a cabeça e o mistério sem solução.

****

Recomendo bastante o "Loaded". O solo de "Oh! Sweet Nuthin'" é sensacional.

besuntado por Vitor Dornelles 15:39



dezembro 06, 2004

 
OS CUMÊ TÁ NA MESA

Na sexta-feira passada saiu o resultado da eleição do Rio Show para os melhores restaurantes da cidade. O que mais me chamou a atenção foi a falta de nexo na seleção dos jurados. Tirando a crítica de restaurantes do próprio suplemento e a editora do caderno Ela (que também é especialista em gastronomia) o resto do júri é triste de doer. O que dizer do fulaninho descrito como "Stylist que só sai pra comer em grupo"? E do "Arquiteto que come bem tanto fora quanto dentro de casa"? O que me importam as opiniões do "Diretor de TV que almoça e janta fora quase todo dia" e da "Estilista que preza a estética também nos pratos"? Pior que esses acho que só o "Distribuidor de cinema que topa qualquer aventura gastronômica". Que credenciais são essas? Como tais características podem qualificar um júri de gastronomia? Fiquei pensando em como eu seria apresentado se fosse da "panelinha" (com trocadilho) e me convidassem para integrar o júri. O que seria mais apropriado? "Vitor Dornelles, jornalista cuja sogra cozinha muito bem" ou "Vitor Dornelles, jornalista e onívoro"?

E ainda tem gente que acredita no que lê no jornal.

besuntado por Vitor Dornelles 16:02



dezembro 03, 2004

 
VIVENDO DO PASSADO

Eu confesso: só criei este blog para escrever este post aqui. Tudo o que veio depois foi pura enrolação.

besuntado por Vitor Dornelles 13:27



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