dezembro 28, 2004

 
VAMOS FALAR MAL DE ALGUMA COISA

Uma bem fácil: Charlie Brown Jr.

Meu maior problema com essa bandinha skatista de Santos não tem a ver com o fato do seu repertório ser composto por músicas irritantes e pouco criativas, nem com as letras, que parecem ter sido escritas por um orangotango lobotomizado no meio de uma diarréia (quem não conhece "Eu não sei fazer poesia / Mas que se foda", os versos mais contundentes do cancioneiro nacional?), e também não está relacionado ao seu vocalista semi-débil mental, que ainda por cima consegue ser uma espécie de "modelo de rebeldia" para a juventude. Não. Por tudo isso a banda pode ser perdoada. Afinal, música ruim é o que toca em 99% das rádios brasileiras, letras imbecis existem desde que inventaram o Kid Abelha e jovem é mesmo um bicho muito estúpido para escolher seus modelos decentemente.

O que me irrita nessa bandinha tatuada é justamente a partícula principal do seu nome: Charlie Brown. Por que, num universo tão grande de possibilidades, eles tinham que mexer logo com o garoto da cabeça redonda? Com o ídolo de todo nerd que se preze, de qualquer pessoa que já esteve apaixonada por uma "menininha ruiva"? Associar o nome Charlie Brown a um projeto sonoro tão medíocre deveria ser crime. Aposto que nos países sérios, como a Noruega, é.

Os mais idosos devem se lembrar de que o Jota Quest já se chamou J. Quest (com o "J" pronunciado em inglês). No entanto, os donos - ou coisa parecida - da marca "Johnny Quest", um desenho tão bacana, obrigaram os safados a mudar de nome. Então, eles aportuguesaram o "Djei" e abriram caminho para piadinhas infames com o nome da banda, como "Xota" Quest. O que deixou o mundo mais divertido e compensou, pelo menos um pouquinho, a existência desse furúnculo musical.

Infelizmente, Charles Schulz parece não ter se incomodado com a heresia dos skatistas de Santos. Devia estar mais preocupado em desenrolar a pipa da árvore, ou em acertar o chute na bola de futebol americano. Compreensível, mas ainda assim revoltante.

Mas o que me deixa indignado mesmo é que só personagens legais é que viram nome de banda ruim. Por que o Charlie Brown Jr. não escolheu se chamar Scooby-Loo Jr.? Ninguém teria se importado - existe alguém que goste do Scooby-Loo? - e seria muito mais coerente com a proposta da banda.

Tinha pensado até numa campanha, cujo slogan seria "Bandas ruins, deixem os personagens maneiros em paz!". Mas não sou muito bom nisso, como vocês podem notar.


besuntado por Vitor Dornelles 20:28

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