NOTAS E UM FATO INÉDITO

Tenho aula de webdesign no Senai desde agosto do ano passado, mas só anteontem que eu notei a existência de uma piscina bem em frente ao portão de entrada.

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Ando nostálgico. Planejo escrever em breve a prometida segunda parte da série "Vitor e os Esportes", além de alguns textos relembrando meus antigos carnavais. E, quem sabe, também minhas memórias da Folha Dirigida. Protejam-se.

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Apesar de uma certa rejeição à banda devido ao hype em torno do EP lançado ano passado, tenho que admitir que o disco de estréia do Bloc Party é bem legal. "Like Eating Glass" é a melhor faixa de abertura que escuto em muito tempo. Só acho que o disco podia terminar antes, lá pela nona ou décima música. "Price of Gas" é a última faixa que vale a pena. As que vêm na seqüência são um tanto repetitivas. Talvez eu disponibilize (uso muito esse verbo aqui no blog, mas como é feio) o "Silent Alarm" para download depois da Coletânea. Talvez.

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Tenho a sensação de que esqueci alguma nota, mas vamos logo ao fato inédito. Bem, o fato inédito é que eu achava que tinha um fato inédito, mas o fato inédito... SUMIU.

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Certamente esqueci alguma nota. Mas quem se importa? Eu não.

KLUB LANGE MENSEN

Ou Clube Holandês dos Altos. Eu, descendente de holandeses, obviamente me identifiquei. Mas confesso que, com meu 1,90m, me senti até baixinho.

INVERSÃO

Acabei de saber da existência da Olimpíada Gay, que acontecerá em 2006 em Montreal e, talvez, no Rio em 2009.

Olimpíada Gay?

Ok, eu compreendo a necessidade de haver Para-Olimpíadas. Mas Olimpíada Gay? Existe alguma diferença de um atleta gay para um atleta não-gay? Alguma desvantagem competitiva que eu desconheço? Ocorreu-me que talvez as modalidades sejam o diferencial. Mas o que seriam modalidades gays? Patinação? Nado sincronizado? Jiu-Jitsu?

Eu sou a favor de todos os direitos possíveis para os homossexuais e acho homofobia um negócio desprezível. Mas, desculpa aí, Olimpíada Gay cheira a preconceito às avessas.

GRANDES MOMENTOS DA TELEVISÃO

Eu passo pela sala e vejo meu pai com a TV ligada no Discovery Channel. Paro para ouvir a narração:

— "...e agora vamos ao pântano ver a maior competição de carros-anfíbios do ano!"

Ah, a TV a cabo...

COISAS QUE NÃO ENTENDO





Por que o DVD de "Banhos" nunca foi lançado no Brasil?

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Por que o Arnaldo Bloch é colunista do Segundo Caderno? Aliás, por que o Arnaldo Bloch é colunista?

ESPERTOLÂNDIA

Estava hoje, por volta das 19h, parado num engarrafamento na Avenida Epitácio Pessoa (sentido Rebouças) ocasionado pela chuva e pelo horário. De repente, olho pro lado e vejo um gol branco abrindo caminho entre os carros. Ele estava com o pisca-alerta ligado e produzia, sabe-se lá como, um barulho de sirene. Não tinha placa especial nem nada. Era apenas um gol branco com o pisca-alerta ligado fazendo um barulho de sirene. Após constatar o absurdo, fiz questão de anotar a placa: LOE-9245, de Itaguaí, RJ.

Depois de 15 minutos eu ainda pensava na cara-de-pau do sujeito, e em como vários motoristas incautos deram passagem praquele filho da puta (eu não dei; ele só conseguiu passar porque o carro do meu lado deixou) quando ouço novamente um barulho de sirene. Para minha surpresa, era outro carro de passeio, também com placa comum e o pisca-alerta igualmente ligado. Desta vez, um Santana cinza escuro, cuja placa também anotei: LBE-7072, do Rio de Janeiro mesmo.

Agora vem cá: isso não é crime, não? Ou eu é que sou muito ingênuo?

COISAS QUE SÓ A FOLHA FAZ PRA VOCÊ

"Diferentemente do publicado em 'China teme que Monte Everest esteja diminuindo', cientistas acreditam que o monte tenha perdido 1,3 metro, e não 1.300 metro."

PESQUISA RÁPIDA

Só vai tomar dois segundos do seu tempo. Clique em "ninfetas virgens amadoras", ali em cima, e me diga, nos comentários, se abre uma janela menor, contendo senha e instruções para download. Se não for pedir muito, informe também que browser vocês você usou.

ÁFRICA PARA JORNALISTAS

Alguém aí quer ser editor da rádio BBC em Angola? Inscrições aqui até dia 28 deste mês.

COPOS DEMAIS

O método arcaico de dedetização que utilizamos aqui em casa nos obrigou a esvaziar todos os armários da cozinha. Agora, já de volta, fui incumbido de repovoá-los. Sem brincadeira, contei uns 40 copos na reposição - o que dá uma média de 10 copos por pessoa. É muito copo, principalmente se considerarmos que estes são apenas os de uso diário. Não entraram na conta taças, copos de festa e xícaras de café. Além disso, constatei que ocorre o mesmo com pratos e baixelas.

Concluí que falta a figura do destruidor de louças na minha família. Sem o seu predator natural, copos, pratos e baixelas reproduzem-se indiscriminadamente. Eles já dominaram o ecossistema e agora temo pela sobrevivência de garfos, facas e colheres. Com as garrafas d'água não me preocupo, porém. Elas sempre dão um jeito de se reproduzir no ambiente inóspito da geladeira.

LAS CUCARACHAS MUERTAS

Como já disse aqui em outra ocasião, minha família desconhece o moderno conceito da dedetização por gel. Minha mãe, em especial, só confia no velho e tóxico fumacê. Por isso, a cada dois anos pelos menos, somos obrigados a deixar nossa casa para que as baratas possam morrer em paz. Em tempos melhores, isso seria pretexto para uma viagem para algum lugar fora do Rio. Hoje em dia, vamos no máximo até o Clube Militar. Que é de onde escrevo, afinal de contas.

Freqüento este lugar desde bebê, quando tive minhas primeiras aulas de natação. Foi aqui também que amarguei meus primeiros bailes de carnaval e passei alguma vergonha não sabendo jogar tênis. Do que eu gostava mesmo era a banca de revistas, que por sinal não existe mais. Pouca coisa da minha época, aliás, resistiu à inclemência do tempo. O hotel, que antes só tinha escadas, agora conta com dois elevadores modernos para cada um dos blocos. O piso do clube foi todo trocado e no meio da piscina agora existe um chafariz com a escultura de um golfinho. Acredito que chafariz é sempre sinal de muita grana. Se você quer descobrir se uma pessoa é realmente rica, é só perguntar se ela tem um chafariz. Já a escultura de golfinho eu não sei o que significa.

Todos os quartos do hotel têm uma temática militar. O meu, por exemplo, chama-se Regimento Dragões do Rio Grande. Não me perguntem por quê. Sou um ignorante em Regimentos. Sei que a luz do meu quarto é muito fraca e que não há abajures, o que significa que eu minha irmã (com quem divido o quarto) temos que dormir ao mesmo tempo.

Sim, você aí do fundo. Este post não tem a menor razão de ser. Eu só queria reclamar de alguma coisa, mas nem isso consegui. E agora só tenho mais oito minutos para usar a Internet. Até mais.

SERIADOS QUE GOSTARÍAMOS DE VER

Weird Eye for the Common Guy. Cinco caras esquisitões ensinam um sujeito certinho e tedioso a ser mais interessante. Sucesso garantido.

COLETÂNEA REPOLHÓPOLIS, A 2ª PARTE

Não que vocês estejam interessados (alguém baixou a primeira parte?), mas o resto que faltava da Coletânea Repolhópolis já está no ar. É só clicar em "ninfetas virgens amadoras" no menu ali de cima para abrir a caixinha de downloads.

Falando em caixinha de downloads, desde que me converti ao Firefox comecei a reparar que ela fica com o alinhamento capenga quando visualizada no browser sensação-do-momento. Não sei o que pode ser. Construí a página usando camadas. Esse método permite determinar em pixels a posição de cada uma, por isso tenho certeza de que estão alinhadas. No IExplorer a visualização fica correta, pelo menos. Webdesigners que porventura leiam isso aqui, alguma idéia?

A VELHA LADAINHA

Agora a CIA diz que o Brasil vai se transformar em potência nos próximos 15 anos, junto com China, Indonésia e Índia.

Sei...

Bem, mas se acontecer uma guerra nuclear nesse meio tempo pode até ser. Nós temos mais água, afinal de contas.

VOU ESCREVER UM AUTO-AJUDA

Para saber se uma pessoa é verdadeiramente talentosa, basta perguntar a ela se tem certeza de seus talentos. Se a resposta for um categórico "Sim!" é bastante provável que não tenha talento algum. Toda pessoa minimamente talentosa duvida de suas capacidades. Não importa se ela admite em público ou se guarda para si, para quando estiver sozinha em algum banheiro escuro e quiser chorar. O importante é duvidar. A dúvida move as pessoas talentosas. É ela que instiga o "será?", que leva à superação.

Pessoas que não duvidam de si mesmas permanecem estagnadas. É o primeiro sintoma da mediocridade - essa palavrinha tão em voga por aqui. A certeza absoluta é a pior coisa que pode acontecer a uma pessoa.

Então, da próxima vez que você se sentir um merda, pense nisso e sorria: pode ser um bom sinal.

MIM DIPLOMATA, YOU JANE

A prova de inglês não vai ser mais eliminatória em concursos do Instituto Rio Branco. Parece que a idéia é democratizar o acesso à carreira diplomática (?!). Com isso, mais pessoas como o Alvinho poderão representar o Brasil em outros países. Diz aí, Alvinho:

— Americanos...vão para casa do Bush!!!!! (Americans, go to bush´s home!) VIVA O BRASIL, SEUS MONTE DE MERDA!!!! HAHAHAHAHAHAHAHAHA VÃO SE FUDER!!!!!!!!!!!!!!! HAHAHAHAHAHAHA PIRU PARA OS AMERICANOS!!!!!!!!!!!!! HAHAHAHAHA*

Sugiro também equipar melhor as forças armadas para que tenhamos condições de enfrentar as futuras invasões geradas por incidentes diplomáticos.

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Às vezes eu tenho a impressão de que o Brasil é o único país do mundo que estimula a mediocridade.

*Tirado de - onde mais? - uma comunidade aleatória do Orkut.

OMITIR NÃO É MENTIR

Se você é meu amigo ou pessoa que admiro, por favor, não me conte que é adepto do tuning ou que acha a idéia interessante. Quero continuar te respeitando.

ELOGIO AO BARALHO





Vocês já pensaram em como o baralho é uma das maiores invenções de todos os tempos? São apenas 52 cartas, divididas em quatro naipes, que vão do 2 ao 10 e incluem valete, dama, rei, ás e curinga. É incrível como tão poucos elementos podem ser tão versáteis. Basta comparar com outros jogos famosos: xadrez sempre será xadrez, damas sempre será damas, ludo sempre será ludo, banco imobiliário sempre será banco imobiliário. Você pode até tentar mudar uma regra aqui ou ali, mas a essência permanecerá a mesma. Com o baralho isso não acontece. As possibilidades de jogo são praticamente infinitas. Você pode jogar sozinho ou com duas, três, quatro, às vezes até vinte pessoas - e nesse caso você só precisará de mais baralhos. Sueca, escopa, buraco, mau-mau, paciência, pôquer, desconfio e o diabo a quatro estão aí para confirmar o que eu digo. E, apesar de não ser uma prática muito comum, o baralho ainda permite que você crie o seu próprio jogo, com as suas próprias regras. É open source muito antes da existência do open source.

Existem ainda outras vantagem intrínsecas no baralho. Repare no design das cartas, em como é simples e bem bolado. Os valores são escritos de maneira que não exista lado de cima ou lado de baixo, o que permite uma visualização precisa do jogo. Os símbolos são perfeitamente distinguíveis uns dos outros e utilizam apenas duas cores. Além de tudo, as figurinhas no centro das cartas tornam o baralho acessível a analfabetos e até mesmo às pessoas sem-noção do Orkut. Um primor, sem dúvida.

E como é fácil de transportar, o desgraçado! A festa de família está muito chata? A reunião com os amigos esfriou? Basta puxar um baralho do bolso para fazer a alegria da galera. Sim, sim, quase me esqueço: o baralho é uma ótima forma de socialização, a maneira mais fácil e indolor de travar contato com desconhecidos, a salvação dos tímidos, o quebra-gelo perfeito. Se eu soubesse dos poderes do baralho quando era um adolescente espinhudo que não pegava ninguém, teria me dedicado mais em conhecer os diversos tipos de jogo que suas cartas permitem. Anotem essa dica, adolescentes espinhudos.

Quer mais? Pois através do baralho pode-se ganhar fortunas. Quantos já não ficaram ricos jogando black jack ou pôquer nos cassinos da vida? Muitos outros ficaram miseráveis pelo mesmo motivo, é fato, mas isto é apenas um detalhe que não chega a manchar a espetacular carreira do baralho.

Infelizmente não existe um "inventor do baralho" que possamos louvar. A enciclopédia aqui do meu quarto diz que ele se originou no oriente e é uma derivação do tarô. Expandiu-se sob a forma de gravuras em madeira pintadas à mão e posteriormente em impressão metálica. No ocidente, até o século XVII, os quatro reis eram Davi, Alexandre, César e Carlos Magno; as rainhas, Palas, Argina, Raquel e Judite; e os valetes, Heitor (oficial de Carlos VII), Ogier, o Danês (célebre cavaleiro andante), Lancelote e Lahire (nome de guerra de Éttiene de Vignolles). Os naipes também tinham uma significação. Copas era o clero, espadas era a nobreza, paus era o povo e ouros era a burguesia.

Ou seja, ainda por cima o baralho é uma invenção milenar. Ele é a prova de que a simplicidade é o segredo para a permanência. Não há como negar: o baralho, com sua imensa gama de possibilidades, é uma das maiores invenções do ser humano, ao lado do papel, da roda, do mousse de chocolate branco com manga e de Deus. Ié!

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Piadas com "caralho" não serão aceitas.

DAS LEIS IMUTÁVEIS DO UNIVERSO

O carro mais tosco e/ou velho sempre terá o adesivo "Se a sua estrela não brilha não tente apagar a minha".

VELHOS TEMPOS

É uma pena terem aposentado os relógios-cucos. Além de mais simpáticos do que os relógios modernos, são também uma excelente referência temporal. Menos pessoas se atrasariam no mundo se existissem mais relógios-cucos.

O MENINO GORDINHO

Chovia, e o menino gordinho nadava na piscina. Algumas pessoas do condomínio se espremiam na parte coberta para assisti-lo. O Juquinha do 502 era quem comandava a gritaria.

— Mas esse gordinho é muito burro! Tomara que pegue uma pneumonia.

Dona Maricotinha do 801 estava alarmada com a cena.

— Onde estão os pais desse gordinho?, perguntava, enquanto sacudia a sombrinha fechada.

O menino gordinho nem ligava. Continuava nadando. Dava três braçadas embaixo d'água, que era o máximo que conseguia sem se cansar. Depois boiava de costas, sentia as gotas de chuva caindo no rosto e tornava a mergulhar. Estava muito feliz o menino gordinho.

De repente houve um clarão muito forte, acompanhado de um estrondo pavoroso. A Glorinha do 703 soltou um grito.

— Aaaaaiiiii!

Agora o menino gordinho boiava morto na piscina, todo chamuscado. A pequena multidão que assistiu a tudo jamais admitiria, mas era inegável sua satisfação. Afinal, estavam todos certos: o menino gordinho era mesmo muito burro.

EU BESUNTO, TU BESUNTAS

Visitantes perspicazes, neuróticos ou simplesmente desocupados que freqüentam esta birosca há algum tempo devem ter reparado numa mudança crucial implementada recentemente. Agora, ao final de cada post, no lugar de "posted by Vitor", há um singelo "besuntado por Vitor Dornelles".

Por que "besuntado"? Cogitei verbos que fizessem mais sentido - mas que também já estão desgastados pelo uso - como "inventado", "publicado" ou "vomitado". Também pensei numa construção diferente, algo como "mais uma alucinação de...", mas não fiquei satisfeito. Optei, finalmente, por "besuntado", porque, além de ser um verbo escroto, combina perfeitamente com a falta de coerência deste humilde recanto.

E por que eu passei a assinar também com meu sobrenome? Bem, isso aí já faz parte do meu plano de fama mundial. Como eu não tenho um nome exótico como Rasputin, Zuriel ou Jeredemilson, e como não quis imitar o Prince e me autodenominar "O Artista" (ou, pior, muito pior, "O Blogueiro" - ugh!), optei por adotar meu sobrenome que, se não é exótico, pelo menos me diferencia de boa parte dos Vitores (pra você, hein, Gabes!) do Orkut. O que já é alguma coisa.

PRA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DE TSUNAMIS

Botar um título desses a esta altura dos acontecimentos é pedir para não ser lido. Em minha defesa, porém, tenho a dizer que o post é menos sobre tsunamis do que sobre ignorância.

O que mais me chocou em todo o evento - tirando, obviamente, os milhares de mortos - foi ouvir gente vacinada, maior de idade, com curso superior e dentes bem cuidados dizendo que não sabia o que era "tsunami". Pior ainda: afirmando que, se estivesse numa das praias do sudeste asiático atingidas pelas ondas, certamente iria conferir de perto o estranho fenômeno de retração súbita do mar que antecede os maremotos.

Depois percebi que não deveria ficar chocado. Eu é que sou um freak. Sou filho de geólogos e ao mesmo tempo um obcecado por desastres naturais. Estou sempre esperando o próximo meteoro gigante, o próximo terremoto destruidor, a próxima erupção vulcânica que cobrirá de poeira metade do planeta, o próximo furacão a virar transatlânticos e a fazer vacas voarem, a próxima epidemia de gripe que sepultará de vez uma vez por todas o mundo como o conhecemos. Sim, sim. Posso dizer que tsunamis fazem parte do meu cotidiano, apesar de nunca ter passado por uma.

O fato é que, se estivesse de bobeira numa praia asiática no momento da retração do mar, provavelmente teria corrido para um lugar bem alto e me safado numa boa. Eu, os elefantes, as tribos pré-históricas e a garotinha inglesa que fez um trabalho sobre ondas gigantes no colégio duas semanas antes e salvou mais de 100 pessoas. Essa é das minhas.

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Como já disse ali em cima, sou filho de geólogos. Não é de se estranhar, portanto, que o que mais causou alvoroço aqui em casa após o maremoto - tirando o número absurdo de mortos, é bom lembrar, antes que me acusem de insensibilidade e coisas do gênero - foi a intensidade do tremor que gerou as ondas. Nove pontos na escala Richter não acontece todo dia, definitivamente.

Só sei que cinco minutos depois da notícia meu pai já iniciava o discurso sobre como a Califórnia é um lugar perigosíssimo e sobre como ele nunca poria os pés lá. Todo mundo deve saber que a Califórnia está localizada numa das regiões mais tectonicamente ativas do planeta (ou, em língua de gente: tem terremoto pra cacete!). Pra vocês terem uma idéia, é possível ver a falha de San Andreas a olho nu. Um espetáculo. O que a maioria não sabe, no entanto, é que os geólogos aguardam apreensivamente o "Big One" naquela região. Uma coisa, assim, como o "pai de todos os terremotos". O negócio pode ser tão violento a ponto de separar, do dia para a noite, a Califórnia do resto dos Estados Unidos. E o pior é que isso pode acontecer tanto amanhã (isola!) como daqui a 100 anos. Bacana, hein?

De qualquer maneira, o destino da Califórnia - independente de "Big One" ou não - é se separar dos EUA e seguir em direção ao norte, para finalmente submergir na fossa das Aleutas (ou Alheutas, eu nunca sei). Nenhum de nós estará vivo para ver isso, no entanto.

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Repolhópolis™ defende a teoria de que cultura inútil também pode salvar vidas.

PRIMEIRAS IMPRESSÕES

Então 2005 é assim?

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Parece igual a 2004, só que eu tenho mais dor de cabeça.