julho 30, 2003

 
CONSTATAÇÃO

Das últimas 10 visitas a este blog, 8 foram minhas. Isso deve querer dizer alguma coisa.

besuntado por Vitor Dornelles 19:02


 
DOSE DUPLA



Vejam só como eu sou um rapaz bonzinho. Encontrei mais um lugar para armazenar arquivos e resolvi disponibilizar não um, mas DOIS vídeos para vocês, gatos pingados que freqüentam este mal traçado blog. A pérola que vai se juntar à abertura do Super-Herói Americano na desprezada caixinha lá de cima é o curta de animação Ah, L'Amour!, do psicótico e genial Don Hertzfeldt. Este sujeito é o responsável pela obra-prima Rejected, filminho posterior a este aqui e que chegou a disputar o Oscar de 2001 (perdendo injustamente para o bonito, porém superestimado, holandês Father and Daughter) e que, em breve, estará disponível aqui também. Por enquanto fiquem com este tratado sobre relacionamentos que é Ah, L'Amour! .
Altamente recomendado para os amantes de toscaria em geral.


besuntado por Vitor Dornelles 01:47



julho 29, 2003

 
BELIEVE IT OR NOT



Taí. Como prometido, agora o blog tem uma área de downloads. Área é bondade minha, pois está mais para uma caixa de sapatos de downloads. O arquivo desta semana (é, a minha idéia é deixar disponível só por uma semana, mas como esse é o primeiro deve ficar um pouco mais) é o vídeo da abertura do seriado Super-Herói Americano em formato Real Audio. Para quem não se lembra, o programa era exibido pela TVS (atual SBT) e narrava a história de um professor universitário louro e mané que recebia de um bando de extraterrestres desocupados e filantrópicos um uniforme que lhe dava superpoderes. O problema é que o nosso herói perdia o manual de instruções que o ensinaria a usar a roupa e, por isso, não conseguia nem ao menos voar sem dar de cara com a parede. Uma bela metáfora sobre a condição humana, eu diria. Então, para todos os manés ou não, para todos os que têm o seriado na memória afetiva ou não, disponibilizo a abertura tocante deste ícone televisivo (que bem que podia ser reprisado). É só clicar ali em cima, onde está escrito "downloads", ao lado dos "links" em que ninguém vai.
No futuro pretendo colocar arquivos maiores, mas preciso de um lugar que me ceda mais espaço. Se alguém tiver alguma sugestão, por favor, manifeste-se.


besuntado por Vitor Dornelles 16:56



julho 25, 2003

 
DUAS BANDAS

Tenho escutado muito os ingleses do Clearlake (álbum: "Cedars", lançado este ano) e os dinamarqueses do Mew (álbum: "Frengers" também lançado este ano). "Almost the same", da primeira, e "Am I Wry? No", da segunda, são representantes do que eu costumo chamar de "clássico instantâneo".

...
...

A propósito, estou procurando um jeito de disponibilizar algumas coisas para download aqui no blog. Aguardem novidades.

besuntado por Vitor Dornelles 21:25



julho 24, 2003

 
YARZÖD



Às vezes eu me lembro de que a ECO é um lugar legal. Afinal, onde mais eu poderia apresentar o projeto gráfico de uma revista EXTRATERRESTRE como trabalho final de curso e mesmo assim ser aprovado?
Tudo começou em 1999, quando o canto dos passarinhos de uma tranqüila manhã primaveril na Praia Vermelha foi silenciado por uma perseguição alucinada a um cachorro de três pernas. Os perseguidores em questão eram eu e meu amigo Mario, hoje em dia um respeitado jornalista da EXAME que provavelmente tenta esquecer esse passado de molestador de vira-latas indefesos. Longe de apresentar qualquer interesse sexual pelo bichinho, o que eu Mario buscávamos era uma foto original para o nosso trabalho de Fotojornalismo. Nosso tema era sui generis: um relatório fotográfico da viagem de extraterrestres à Terra. Queríamos capturar imagens banais - como a chegada de um carregamento de batatas a um supermercado - e interpretá-las com um olhar extraterrestre, dando um novo e inesperado sentido às coisas comuns. Dias após à perseguição do pobre cachorro, eu e Mario, acompanhados pelo também amigo Ricardo Westin, iniciamos um périplo de 50 quilômetros pela orla e pelo Centro do Rio de Janeiro. Montados em bicicletas - uma delas sem freio, o que me rendeu um tombo cinematográfico às seis e meia da manhã -, registramos no intervalo de 9 horas cerca de 70 fotos. Não sei como não morremos - eu, pelo menos, tinha passado em claro a noite anterior à pedalagem - mas o fato é que com uns poucos dias de atraso (não vou mencionar aqui que o Mario perdeu todas as fotos dele e do Ricardo, o que nos obrigou a fazer mais cinco saídas, em duas das quais eu velei parte do filme do Ricardo) entregamos o relatório intitulado Yarzöd kpa Drhöönk Uxeyönntpar ao nosso professor. E tiramos DEZ! Considerando que parte do trabalho foi escrito numa língua inventada por nós, o tlöniano, a nota foi um feito e tanto.
Anos mais tarde eu me via num beco sem saída. Já havia atrasado minha formatura em um ano e não aguentava mais o fato de perder tempo numa faculdade da qual já tinha extraído tudo. O que me impedia de seguir em frente era justamente o tema da minha monografia. Quem me conhece sabe que o meu lance sempre foi projeto gráfico, tanto que eu não me considero um jornalista, mas um designer frustrado. O problema é que eu não queria fazer mais uma daquelas revistas de entretenimento ou esportes que todos os anos são apresentadas na ECO. Foi matutando sobre isso que eu me lembrei da historinha narrada acima. Mas é claro! Tudo o que eu tinha que fazer era uma REVISTA EXTRATERRESTRE!

...
...

Hum, ok, mas como assim?
Conversando com meu orientador, encontramos uma justificativa picareta para o trabalho, bem no estilo do que a academia gosta. Meu impresso seria na verdade um estudo sobre a incomunicabilidade que faria contrapontos com a Teoria da Informação e o estudo dos Signos, além de utilizar referências estéticas dos movimentos de vanguarda do início do século XX, como o Futurismo e o Dadaísmo. Falando assim até parece coisa séria.
Enfim, depois de muita ralação eu consegui terminar a revista, que ficou até bacanosa. Meu relatório de produção/justificativa teórica é que não estava assim, uma Brastemp, mas dava para enrolar. Foi então que, ontem, precisamente às 11 horas, eu defendi o meu peixe.
As testemunhas presentes acham que eu levei ao pé da letra a dica do meu orientador de defender a idéia com unhas e dentes. Na hora pensei que estava sendo absolutamente calmo e ponderado, mas todos os presentes se disseram preocupados, achando que eu fosse voar no pescoço de algum membro da banca. A banca, por sinal, obedeceu à dinâmica clássica das defesas ecoínas: um "tira bom", um "tira mau" e uma historinha aleatória contada pelo "tira bom". O meu "tira mau" começou fazendo perguntas absolutamente irrelevantes, como se eu achava que o Futurismo e o Dadaísmo ainda tinham relevância política (?) e por que eu botei a foto de um mictório nos anexos (??). O "tira bom" - que eu esperava que fosse ser "mau" também - viajou na batata, mas pelo menos gostou do meu trabalho. Disse que a revista era uma "fenda no guarda-chuva", o que na língua dele deve ser um elogio, e aproveitou para contar a história completa do filme com o Al Pacino que ele havia assistido de manhã e como a cena final lembrava o objetivo do meu trabalho (???). Finalizando de maneira chocha, o "tira mau" fez uma citação ao Godard e depoi uma cara muito séria. Teria sido muito mais legal se eu tivesse subido na mesa e começado a soltar raios cósmicos em nome da honra de Tlön, mas nem rolou. O fato é que após uma curta deliberação os membros da banca concluíram que eu merecia NOVE. Fiquei feliz. O cachorro de três pernas teria orgulho de mim.


besuntado por Vitor Dornelles 23:56



julho 23, 2003

 
UM PASSINHO À FRENTE, POR FAVOR

Novidades na caixinha de links aí de cima. Acrescentei alguns blogs e também uns sites. Como são muitos, aconselho vocês a verem por si mesmos, até para eu ter a sensação de que não sou o único que clica ali.

besuntado por Vitor Dornelles 09:25


 
CONSTATAÇÕES MAIS OU MENOS ÓBVIAS SOBRE MINHA VIAGEM A SÃO PAULO QUE PODERIAM SER FEITAS MESMO SE EU NÃO TIVESSE VIAJADO

- Eu tenho o ritmo e o molejo de uma sequóia;
- O Rio precisa de lugares como a Funhouse;
- Luis Almeida é um sujeito realmente infame;
- Eu daria uma péssima costureira;
- Tentar derrubar a bastilha antes da hora faz mal à saúde;
- Fanta Morango tem gosto de Gatorade;
- Gregos vesgos são visualmente maneiros;
- Casar tudo bem, mas "corte joãozinho" é vacilo;
- Nunca um queijo coalho protagonizou um desenho animado, e isso é uma pena;
- Apesar das ombreiras, meu casaco gaúcho não decepciona;
- O trânsito de São Paulo hoje em dia é melhor do que o do Rio;
- Minha namorada tem um ótimo gosto para roupas;
- Eu não sou fashion.

besuntado por Vitor Dornelles 00:24



julho 18, 2003

 
A LUTA CONTINUA

Continuo devendo o post sobre a minha incrível viagem a São Paulo. Na verdade já passou tempo demais e não vai fazer muito sentido quando eu postar, mas vou escrevê-lo mesmo assim porque sou um cara de princípios rígidos (piadas, por favor). Meu atraso se deve à conjunção de um inesperado brinquedo novo com o já manjado Anima Mundi. Mas como vocês parecem estar se divertindo nos comentários mais abaixo, acho que não tem problema demorar mais um pouquinho.

besuntado por Vitor Dornelles 12:16



julho 15, 2003

 
E EU TAMBÉM!

Não que alguém tenha percebido, mas estive em São Paulo no fim de semana. Contrariando o senso comum carioca, gosto bastante da cidade. Depois eu falo um pouco sobre a viagem. Deixa só eu tirar a toalha molhada da mochila antes que eu comece uma criação de fungos involuntária.

besuntado por Vitor Dornelles 22:03


 
ELE VOLTOU!



Sim, sim, o Zambinos está de volta! O meu salgadinho preferido da hora do recreio nos anos 80! Comprei hoje na padaria Boulevard- Bread and company, na Rua Piauí, 270 em Higienópolis, São Paulo. A mercadoria estava tão fresca que ainda não tinham sequer registrado o código de barras do biscoito. Salve, salve!

...
...

Aliás, alguém sabe me dizer se Pirocóptero ainda existe?

besuntado por Vitor Dornelles 21:59



julho 11, 2003

 
DIANA



Eu tinha 7 anos. Como de costume, passei as férias no Hotel-Fazenda Summer Vile, em Miguel Pereira. Lá conheci Diana, uma paulistinha loira e linda como nunca mais vislumbrei. Lembro-me de quando a vi pela primeira vez, descendo a escada em caracol, toda em madeira.
Imediatamente nos tornamos amigos. Vivíamos juntos, para cima e para baixo, dentro e fora do hotel, perto ou longe das cabras. O irmão mais velho dela até fazia a bondade de não nos importunar, minha irmã idem.
Um dia fomos para um corredor escuro. Eu quis beijá-la, mas meu ímpeto morreu na garganta e na hora em que acenderam a luz. Saímos correndo, talvez rindo de nós mesmos, e descemos a escada de madeira. Não sei se de mãos dadas, mas é assim que prefiro lembrar. Sua mão era macia.
Sentávamos no banco que tinha a pintura descascando, e olhávamos para o chão, pálpebras abaixadas, sem nos dizermos nada e nos dizendo tudo. Construíamos nossa infância e desenhávamos círculos com os pés, na areia misturada com a terra.
Numa tarde fomos andar de Maria-Fumaça. Diana e sua família não foram. Voltamos tarde. A locomotiva enguiçara. No dia seguinte foi a vez de Diana fazer a viagem de trem. Andávamos a cavalo quando minha irmã se assustou com meu pangaré e caiu no chão. Meus pais acharam melhor voltar para o Rio.
Fiquei na varanda desenhando o banco onde um dia nos sentáramos e foramos felizes sem nos darmos conta. Atrás, a árvore copada que não chegava a fazer sombra. O chão de areia e terra, a grama em grafite verde. Olhava para os lados e Diana não aparecia.
No rádio tocava uma música da Sandra Sá (quando ela ainda não era "de Sá") que falava sobre saudade. Entrei no carro e olhei para trás, com meu desenho enrolado nas mãos que um dia viriam a ter os dedos tortos. Olhei o hotel se afastar na poeira e apertei o papel, o mais que pude, pois sabia, sem saber, que meu coração guardaria uma saudade eterna. E nunca mais vi Diana.

Publicado originalmente em Merendeira Metafórica, número 25.


besuntado por Vitor Dornelles 00:28



julho 10, 2003

 
JOGO DOS SETE ERROS

Ainda não mencionei aqui a semelhança bizarra existente entre meu bisavô Johannes Hovingh e o Liam Neeson. Comparem:



Impressionante, não?


besuntado por Vitor Dornelles 15:34


 
APROVADO POR SÓCRATES, O JOGADOR BÊBADO

Ganhei link nos Veríssimos, o melhor blog coletivo da Internet brasileira. Obviamente eles estão na caixinha de links lá de cima. Em retribuição, aí vão duas imagens do álbum de figurinhas da novela "Que Rei Sou Eu?", que eu descobri em recente escavação nos meus armários:





E uma do Ravengar solo:


besuntado por Vitor Dornelles 12:25



julho 09, 2003

 
INTERATIVO

Atendendo aos pedidos do Nishi e do Gabes, agora o blog possui sistema de comentários!
Usem com moderação.

besuntado por Vitor Dornelles 23:20


 
DE COMO EU CHEGUEI ATÉ AQUI

Minha existência esteve diversas vezes em perigo. Vão dizer que com todo mundo foi assim, mas suspeito que o meu caso seja pior do que o da maioria. Deixem-me explicar melhor:
Vamos retroceder no tempo para o final do século XIX. Estamos na Holanda, numa cidade qualquer. Nesta cidade há um dique. E também há meu bisavô paterno, Johannes Hovingh, na época um pirralho holandês hiper-ativo. Bisavô Johannes gostava muito de brincar perto do dique. Não haveria nenhum problema nisso, exceto pelo fato de que o fedelho não sabia nadar. Acompanhem no esquema:



É óbvio que isso ia dar merda. Johannes caiu no mar e só não se afogou porque algum conterrâneo resolveu resgatá-lo.
Meu bisavô deve ter levado uma tremenda bronca dos pais. É bem possível que trisavô Klaas e trisavó Elizabeth O. tenham-no proibido de chegar perto do dique. Mas é claro que isso não adiantou. Passado algum tempo, lá estava o pequeno Johannes saracoteando pelo dique. E, de novo, lá estava o pequeno Johaness se afogando no mar.
Sortudo pra cacete, meu bisavô foi novamente resgatado. Imagino que tenha ficado uns dois meses sem sobremesa e levado umas boas tamancadas. Porém, o apelo do dique era irresistível ao pequeno Hovingh...

TCHIBUM!

E, pela terceira vez, salvaram o garoto. Depois dessa, meus trisavós devem ter chegado à conclusão de que a única maneira de manter vivo seu filho manézão era se mudando dali. Vieram para o Brasil.
Johannes nunca mais se se afogou, até porque não havia diques no Rio Grande do Sul. Tornou-se enfermeiro, constituiu família e virou um gaúcho normal:



Quer dizer, quase. Mas isso já é outra história.

O lado Hovingh da família estava garantido por enquanto. Porém, vindo diretamente da Paraíba, surgiu meu avô materno, Auderico Ferreira, para quase botar tudo a perder. Meu avô é um sujeito legal até. Quando eu era pequeno ele me dava presentes bacanas, como um skate e um kit de química. Ele também me lia poesia e me levava para andar de metrô. Um bom avô. O problema todo é que ele é LOUCO. Insano, zureta, pinel. Falta algum parafuso ali. Ou vocês conhecem alguém normal que já tenha se oferecido para ir à guerra?
Este é o meu avô. Em plena Segunda Guerra Mundial, ele foi voluntário para lutar pelo Brasil. Tudo bem, alguém pode dizer que ele estava sendo patriota e patati-patatá. Mas isso não justifica coisas como enfrentar desguarnecido um bando de soldados alemães:



Meu avô levou um tiro na nuca, para deixar de ser trouxa. Por sorte, de raspão. Mesmo sendo doido, vô Auderico é um sujeito malandro. Se fingiu de morto e esperou a batalha acabar para retornar ao acampamento, não sem antes roubar uma metralhadora inimiga. Diz a lenda que meu avô chegou ao acampamento exatamente quando estavam anunciando sua morte no campo de batalha, e que seus colegas fugiram apavorados quando o viram, pensando que era um fantasma.
Vovô inventa muitas histórias também. Mas que ele tem a metralhadora alemã até hoje, ah, isso tem!

Avançamos um pouco no tempo e encontramos meu pai com cinco anos de idade, morando em alguma cidade-velho-oeste do interior do Rio Grande do Sul. Naquele tempo, meu pai possuía uma brincadeira favorita, que envolvia tábuas de madeira formando pilhas de vários metros de altura. O guri subia numa dessas pilhas e procurava alguma tábua que pudesse servir de trampolim para que ele alcançasse outra pilha mais distante. Fez isso várias vezes, e o máximo que conseguiu foi arranhar os joelhos. Puta sorte do caralho.



Alguns anos mais tarde, minha mãe era adolescente e morava no Rio de Janeiro. Toda semana ela ia ao dentista e pegava determinado ônibus que a deixava na porta do consultório. O trajeto passava embaixo do viaduto da Paulo de Frontin, ainda em construção na época. Num dia de consulta, no exato horário em que o ônibus passava por debaixo do viaduto, a construção desmoronou. Foi uma tragédia. Nesse dia, porém, minha mãe chegou atrasada no ponto. Perdeu o ônibus e deu mais um passo em direção à minha existência.



Minha mãe conheceu depois o guri saltador de pilhas de madeira. Ele já era homem feito e abandonara aquele hábito nocivo. Agora seus momentos mais radicais se resumiam a comer despacho no meio da rua e morar no Copacabana 200. Casaram-se e, dois anos depois, quando eu caminhava pelas ruas de Repolhópolis, fui sugado por uma fenda temporal. Naquele momento, percebi que eu não era mais eu. Sentia-me diferente. Meio molhado. Meio comprido. Meio com... cauda. Eu era um espermatozóide fecundando um óvulo.
Por alguns meses tudo correu bem, até que começaram a surgir uns negócios esquisitos na placenta. Depois me contaram que aquelas coisas eram micro tumores, e que por causa deles eu não conseguia me alimentar direito.



Durante um mês não cresci um centímetro sequer. Foi então que resolveram me retirar a força do útero e, TCHANAN, pelo menos por enquanto minha existência estava garantida.

Oito anos depois eu andava de bicicleta distraído pelo Aterro do Flamengo.



Só vi a linha da pipa quando ela já cortava meu rosto. Por sorte não pegou meu pescoço nem meus olhos. Chorei muito. Durante a cicatrização fiquei parecendo o Pinhead:



Incapaz de conviver com a minha aparência medonha, decidi que queria ser colocado numa câmara criogênica. E assim foi feito:



Quinze anos depois me despertaram. Minha aparência havia melhorado, mas eu senti que isso não bastava para a minha felicidade. Queria produzir algo. Tinha que fazer alguma coisa ousada e inovadora. Perguntando por aí, me disseram que o quente era ter um blog. Assim, criei o Repolhópolis, baseado em minhas recordações pré-uterinas.
Estava pensando em que texto genial escreveria. No que, afinal, iria revolucionar a maneira de se ler blogs. Foi quando eu tive uma idéia de post genial.



Mas eu estava morrendo de sono e resolvi deixar para o dia seguinte. Fui dormir.
Quando acordei, o horror! A idéia se fora. Escafedera-se. Nunca havia existido. Meu plano de revolução blóguica tinha se perdido no espaço.
Decidi então escrever qualquer coisa e ir dançar um tango argentino.
Olé!

besuntado por Vitor Dornelles 19:47


 
POP

Eu mal comecei no ramo e já recebi link em três dos melhores blogs da rede!
E daí se eles são meu melhor amigo, meu concunhado e minha namorada? Por sinal, todos eles figuram com louvor na minha caixinha de links super bacanosa ali de cima. Obrigado galera! Vocês moram no meu coração de baby do... Droga, não posso usar isso. Enfim, vocês são legais.

besuntado por Vitor Dornelles 12:12



julho 08, 2003

 
OPEN HOUSE

Vamos entrando, vamos entrando. Aprocheguem-se. Deixem-me apresentar o local. Ali em cima nós temos o banner do blogspot, que eu não tenho dinheiro para tirar porque sou pobrão. Logo abaixo, o logotipo supercriativo deste blog (os repolhos no lugar dos ós, hein? Sentiram?).
Depois vêm três links. No primeiro, o dos arquivos, vocês não precisam clicar porque o blog começou ontem. Ao lado nós temos o meu endereço de e-mail, que é para onde vocês devem mandar as mensagens elogiando a qualidade e excelência deste espaço. Esse negócio de sistema de comentários talvez seja adotado no futuro, mas por enquanto prefiro evitar os engraçadinhos anônimos de plantão. Aí chegamos à seção de links. Você clica e abre uma janelinha. Tudo muito moderno. Lá só tem coisa fina, de padrão reconhecido internacionalmente, definitivamente o melhor cômodo dessa joça.
Se vocês quiserem prosseguir com a visita guiada, chegaremos ao meio do negócio, que é onde fica a parte chata: os posts. Logo abaixo vem o banner do blogger, o servidor que hospeda inutilidades como essa. Continuando, nós encontramos o contador HyperCounter, em verde, super bacanoso. Ele registra o número de manés que caiu na minha arapuca. Em seguida o Nedstat, que faz a mesma coisa que o contador, mas com mais sofisticação. Gosto muito.
Depois vem um bóton de minha autoria, que clama pela reprise de um seriado dos anos 80 em que um rapaz loiro de cabelos cacheados vestia um uniforme vermelho ridículo de super-herói com uma borboleta estilizada no peito, e saía por aí tentando salvar o mundo e dando de cara com a parede. Muito significativo. Não se esqueçam de dizer oi para o rapazola:



Pronto, nem doeu. No futuro prometo fazer mais posts educativos e interessantes como esse.


besuntado por Vitor Dornelles 01:53


 
SOBRE CHEGAR ATRASADO

Hoje em dia todo mundo tem blog. Sou uma das últimas pessoas que eu conheço a aderir ao formato. Cheguei atrasado.
Eu me sinto como aquele convidado que confunde o horário da festa e chega quando já estão limpando o salão e não há mais nenhum brigadeiro na mesa. Com um grande sorriso amarelo no rosto, não me resta muita coisa a dizer além de:

- Oiê!

Pois é. Oiê para vocês, meus leitores inexistentes. Eu sei que já estão guardando as mesas e as cadeiras. Eu sei que o DJ já foi embora. Eu sei até que os donos da festa estão me empurrando para fora porque eles querem dormir. Mas mesmo assim eu me sinto no direito de não perder a viagem e aproveitar o que sobrou. Acho que vou comer as balas de coco no chão.

besuntado por Vitor Dornelles 00:53



julho 07, 2003

 
Repolhópolis é de onde eu vim. Lá as coisas funcionam. Não é como aqui.
Caí­ na Terra provavelmente por obra de alguma falha no espaço-tempo ocorrida há uns 23 anos. O fato é que eu não sei como voltar. Então, por falta de opção melhor, vou encarando essa vida esquisita de humano. Ainda não aprendi muita coisa, mas posso dizer que esse planetinha não é de todo ruim. Eu me divirto bastante, para falar a verdade. Um dia, quando eu encontrar a fenda temporal que me levará de volta ao meu planeta, e se nenhum unicórnio chorão ou alguma bicha louca montada num cavalo alado me impedirem, talvez eu leve vocês para apreciar a beleza das planícies Repolhais e a singular falta de lógica do meu povo... Mas vou parando por aqui antes que isso comece a fazer sentido.

besuntado por Vitor Dornelles 21:48



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