Vale a pena assistir aos vídeos listados neste post do kottke, sobre grandes momentos olímpicos. Tem desde o Jesse Owen nas Olimpíadas de Berlim, passando pelas notas 10 da Nadia Comaneci em Montreal e até a emocionante chegada de Derek Redmond na semi-final dos 400m em Barcelona.
Aliás, é engraçado pensar em como esta é a primeira Olimpíada com YouTube, e em como isto é uma revolução comparável à da primeira transmissão ao vivo dos Jogos. Ok, na verdade, se você for procurar, não vai encontrar praticamente nenhum grande momento dos Jogos de Pequim no YouTube, por que todos foram retirados do ar — os que aparecem nas buscas geralmente são um apanhado de fotos com alguma música óbvia ou cafona de fundo. Portanto, nada da final do 4x100 masculino na natação, nem os recordes do Usain Bolt, em especial a final dos 100m rasos, com a já histórica batidinha no peito. Mas o simples fato disso ser possível é fantástico. Espero que o COI (ou seja lá quem tiver proibido as reproduções) seja menos míope nos Jogos de Londres.
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Em compensação, é fácil encontrar registros de Olimpíadas passadas. Teria sido muito interessante ilustrar com vídeos meus posts sobre os Jogos de Atenas. A final do salto com vara feminino, por exemplo, que na época foi meu momento olímpico favorito, antecipando em 4 anos o hype sobre Yelena Isinbayeva:
E que bacana teria sido exaltar as virtudes do pentatlo moderno com um vídeo educativo sobre a modalidade:
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Falando em Yelena Isinbayeva, quase não a vejo quebrar (de novo) o recorde mundial em Pequim. É que seguidos atos de selvageria de um dos nossos vizinhos nos deixaram sem TV por alguns dias. Claro que o maldito decidiu inaugurar suas gracinhas justamente no dia em que cheguei ao cúmulo de botar despertador só para acompanhar a final do salto com vara feminino. Minha sorte foi que a Ana Maria Braga (!?) estava acompanhando o grande evento e pude assisti-lo no trabalho, onde só tem TV aberta. Quem diria que um dia eu seria grato à Ana Maria Braga?
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Apesar do Brasil ter conquistado menos medalhas de ouro, é louvável que desta vez não tenha sido em esportes chatos. Natação e salto em distância são decididamente cool.
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Ainda no tópico medalha de ouro, talvez o Brasil devesse tentar a tática da Geórgia, que naturalizou aqueles brasileiros na tentativa de ganhar medalha em vôlei de praia (embora não tenha dado certo). Basta naturalizarmos uma galera do leste europeu com o objetivo de ganhar coisas como ciclismo, canoagem, lançamento de dardo, decatlo, e outras modalidades civilizadas. Afinal, os esportes individuais são a maior fonte de medalhas em Olimpíadas. Como ninguém investe em esporte indiviual no Brasil mesmo, de repente é melhor importar atletas que já estão prontos. Desde que eles não treinem aqui, claro.
Quando foi que Pequim virou "Beijing"? É só porque está escrito assim no logo das Olimpíadas? Não importa. O fato é que ninguém pensa nas criancinhas. Elas já acreditam que o Ursinho Puff é "Ursinho Pooh" e que o Bisonho se chama — heresia das heresias — "Ió". Agora toda uma geração vai crescer achando que a capital da China se chama "Beijing" em português. Cadê os malucos defensores da língua portuguesa e da brasilidade que não se... Hum, ok, pensando bem, pelo menos "Beijing" não é tão ruim quanto os malucos defensores da língua portuguesa e da brasilidade.
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Descobri graças a fonte confiável (bandeja do McDonald's) que cabo de guerra já foi modalidade olímpica. Obviamente achei sensacional, defensor que sou dos esportes bizarros. Já está mais do que na hora de ressuscitar o cabo de guerra nas Olimpíadas. Temos até a peteca como precedente perfeito. Aproveito também para lançar a campanha pela inclusão da amarelinha, do carrinho de rolimã, do queimado e de todas as outras coisas que lembram vagamente esportes. Se der certo, nossos netos assistirão a Olimpíadas muito mais divertidas, nas quais, tenho certeza, a pelota basca será o grande evento.