Como está se tornando cada vez mais comum, esqueci do aniversário do blog. Foram 5 anos no dia 7 de julho. E apesar dos posts continuarem escassos, tenho um certo orgulho de sempre postar pelo menos um texto por mês que seja. Sim, eu me contento com pouco.
Havia outras coisas das quais eu queria falar, entre elas o Anima Mundi, mas me esqueci ou não tive tempo. A segunda opção é a mais provável.
Bem, tenho que ir. Minha cadela está fazendo coisas fofas.
Eu gostava muito de química no colégio (na verdade, não consigo me lembrar de nenhuma matéria que eu não gostasse). Se o YouTube existisse naquela época e eu ficasse sabendo da existência desse canal, talvez eu gostasse ainda mais. Quem sabe eu até não mudava de opção no vestibular? Enfim, divago. O objetivo da Periodic Table Of Videos é postar um vídeo para cada elemento da tabela periódica. O que é evidentemente louvável. Acima, o vídeo do hidrogênio, para degustação.
Depois de mais um tradicional hiato, temos nova edição no ar. Para começar, música do disco novo do The Hold Steady, desde já uma das melhores do ano (e, creio eu, a primeira na história a usar a palavra "subpoenaed" no refrão). Na seqüência, o soul divertido de Rufus Thomas, a modernice do MGMT e músicas não muito óbvias de três bandas bastante famosas: Cream, The Mamas And The Papas e The Beatles. Além disso temos Paul Simon com uma canção que ganhou ótimo cover do Spoon, música do excelente disco novo do Beck, uma do mais recente dos franceses do M83 e o funk bacanoso do Parliament. Ouçam!
Foi meio de impulso. Na quinta ou sexta-feira fiquei sabendo que o Neil Gaiman estaria autografando na Flip e sugeri para a Reca:
— O que você acha da gente ir até Paraty no sábado e voltar no mesmo dia?
Ela ficou supresa, especialmente pela idéia ter partido de mim, que não sou exatamente um fã de coisas não-programadas, mas topou. E decidimos que, para ficar mais emocionante, íamos levar Baby Jane, nossa buldogue francesa de 4 meses, a tiracolo.
Saímos bem cedo no sábado e, depois de três horas e meia de viagem, que incluíram uma rápida parada para que BJ se aliviasse e esticasse as pernas, chegamos a Paraty. Apesar de não sermos novatos na cidade, éramos na Flip. Andamos um pouco à procura das tendas, mas não foi difícil de encontrar. Bastou ir em direção à muvuca, que nem era tanta quanto imaginávamos.
O debate do Neil Gaiman já havia começado e paramos para ouvir. Logo desistimos, por causa da tradução simultânea irritante. Nisso, encontramos um amigo que nos apontou onde aconteceriam os autógrafos. Depois de passearmos brevemente com Baby Jane, fomos em direção a uma pequena aglomeração de nerds branquelos de camiseta preta. A fila pro Neil Gaiman já havia começado, antes mesmo do debate acabar. Foi a nossa sorte.
Depois que entramos na fila, ela não parou de crescer. Era uma coisa quilométrica mesmo, não dava nem pra ver o fim de onde estávamos. Enquanto aguardávamos a chegada do Neil Gaiman, éramos abordados pelas mais diversas pessoas, todas perguntando pela Baby Jane: é filhote? qual a raça? posso fazer carinho? Até que duas moças chegaram e uma delas, mais extrovertida, começou a perguntar sobre a Baby Jane e dizer que estava apaixonada pela cadelinha. Pouco depois, chegou um câmera, que deu um microfone pra tal moça extrovertida e ela começou a entrevistar as pessoas na fila, entre as quais a Reca. (E se você for esperto pode assistir ao resultado, no qual Baby Jane é uma das estrelas, com direito a close e tudo, neste site). Foi o prenúncio do superestrelato.
Depois de 2 horas esperando, finalmente chegamos ao Neil Gaiman. Reca apresentou Baby Jane para ele, que tentou cumprimentá-la sem sucesso. Ela estava muito cansada para dar bola para autores ingleses. Tão logo deixamos a tenda, botamos a buldoguezinha no chão e fomos em direção a um restaurante. Foi então que nos sentimos como se estivéssemos acompanhando uma mega-celebridade. Não conseguíamos dar dois passos sem que alguém nos abordasse por causa da Baby Jane. Mais ou menos o que acontece quando passeamos com ela na rua, só que numa escala muito maior. O assédio era tanto que fomos obrigados a segurá-la no colo para conseguirmos chegar ao restaurante.
Sentamos numa mesa do lado de fora e amarramos BJ numa das cadeiras. Nem o fato de estarmos almoçando inibiu as pessoas. Era como uma atração irresistível. Ninguém conseguia passar sem apontar, fazer um comentário ou mesmo nos abordar. Já estava vendo a hora que iam parecer os paparazzi.
Não sei se isso é coisa de marinheiro de primeira viagem. Talvez aconteça com todos os donos de cachorro. O fato é que passear com a Baby Jane é sempre garantia de que vamos conversar com alguém. Nunca conheci tanta gente numa rua como conheço agora. Mas em Paraty a coisa foi amplificada de tal maneira que fiquei com a impressão de que se Baby Jane soubesse autografar talvez conseguisse uma fila do tamanho da do Neil Gaiman.
Nunca pensei que meu destino era ser "pai" de uma estrela canina.