Este ano não poderei fazer uma cobertura decente do Anima Mundi. O que já é melhor do que ano passado, quando não fiz cobertura alguma (acho que ter falado de apenas 2 filmes não conta). Eu, que costumo ver todos os curtas adultos em competição, só poderei assistir a 10 das 17 sessões. Para a nossa sorte, no entanto, a Reca verá tudo e deve preencher as lacunas depois que o festival acabar, neste domingo. Por enquanto, fiquem com os meus destaques.
Primeiro, os mais óbvios. Everything Will Be Ok, o maior (17 min.) filme já feito por Don Hertzfeldt, o insano e genial diretor de Rejected. Vale muito a pena, embora não esteja entre suas melhores obras. Ele parece ter usado muita coisa dos quadrinhos que faz de vez em quando — o que só aumenta a minha esperança de um dia assistir a um filme estrelado por Neurotic Bobby. É também, de longe, a animação mais "despreocupada" de sua carreira, o que explica o tempo recorde de produção.
Já The Danish Poet (de Torill Kove), produção Canadense-Norueguesa ganhadora do Oscar, era o curta mais aguardado por mim depois do filme do Hertzfeldt. Talvez o excesso de expectativa tenha me levado a gostar menos do que eu deveria, mas ainda assim é uma história excelente e que me é muito cara .
Os dois do Bill Plympton também valem a citação. O primeiro, Shut Eye Hotel, é bacana, mas não é nem de longe o mais assustador de sua sessão (que foi batizada como "Terror" pelo organizadores, devido aos seus filmes sinistros envolvendo bebês deformados e coisas do gênero). Já o outro, o clipe para "Don't Download This Song" do Weird Al Yancovic, se não ganha o título de melhor filme do festival, certamente fatura o prêmio de melhor música. Vocês podem conferi-lo neste post do blog temporário da Reca. É hilariante.
E parece que, mais uma vez, este é o ano dos franceses. Temos dois ótimos filmes de estudantes (repito, ESTUDANTES) da Gobelins: Cocotte Minute e Burning Safari. Na verdade, não poderei vê-los no Anima Mundi, mas como já os conhecia, achei que valia citá-los. Assista e impressione-se com a qualidade de ambos (especialmente Burning Safari):
COCOTTE MINUTE
BURNING SAFARI
Outro filme francês que merece destaque é Sigg Jones (de Mathieu Bessudo, Douglas Lassance e Jonathan Vuillemin), da Supinfocom. Tão embasbacante que até um menininho de 2 anos que estava na nossa sessão soltou um "manêro" entusiasmado, no que foi sucedido por gargalhada geral.
SIGG JONES
E por enquanto é isso. No fim de semana devo assistir ao novo do Konstantin Bronzit e a duas sessões especiais dedicadas à UPA (United Productions of America), estúdio sem o qual a animação televisiva americana não teria sido a mesma — eles criaram, entre outras coisas, o Mister Magoo, um dos heróis da minha infância.