COISAS QUE ME IRRITAM (PARTE 1 DE MUITAS)Vegetarianos ativistas — Eu acredito num princípio básico: cada um come o que quer. Então, se você despreza a imensa vantagem evolutiva de ser onívoro, que te permite comer praticamente qualquer coisa, tenha ao menos a decência de não ficar por aí tentando catequizar outras pessoas para o "seu lado". Não, eu não tenho nenhuma pena dos bichinhos. Não, eu não fico chocado com histórias de abatedouro. E como se isso não bastasse, tive a certeza absoluta de que nunca seria vegetariano no dia em que fui com amigos do trabalho a um desses restaurantes naturebas (por que eu faço essas coisas?) e lá encontrei um pretenso garoto-propaganda do movimento. Sério, ele vestia uma camiseta com umas palavras de ordem, das quais infelizmente não me lembro, porém o mais importante era o resto. Ele devia ter uns 40 anos, talvez mais, usava pochete e bermudinha, seus cabelos loiros eram cortados em forma de cuia e ele tinha uma das peles mais assustadoramente bronzeadas que eu já vi. Ou seja: vira essa couve pra lá!
Dezembro no Rio de Janeiro — Sem dúvida, o pior mês para se estar na cidade. Para começar é quente, muito quente. Se o ar-condicionado do seu carro estiver quebrado como o meu, então, a coisa piora umas dez mil vezes. Porque, ainda por cima, você não pode abrir o vidro, por causa dos assaltos, que também aumentam muito nesta época do ano. Uns têm a teoria de que os bandidos aproveitam o mês para faturar o décimo-terceiro. Outros acreditam simplesmente que é efeito do aumento do número de turistas, o que também contribui para os engarrafamentos, uma vez que boa parte do turismo que recebemos é interno, e muita gente vem de carro. Claro que só isso não seria o suficiente: além de mais turistas e mais assaltos, temos também um monte de gente com dinheiro no bolso e nenhum medo de gastá-lo. E o que fazem todas essas pessoas? Saem às ruas, claro! Preferencialmente de automóvel, que ninguém é de ferro. E para relaxar depois das compras, a melhor pedida é a dar uma voltinha na Lagoa Rodrigo de Freitas para apreciar a árvore de Natal, não se esquecendo de ir, no máximo, a 20 km/h, já que nesta época do ano ninguém está com pressa mesmo. Ah... Dezembro!
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Acho que estou de volta.