É UM MUNDO PERDIDO (PARTE 1 DE MUITAS)A matéria de capa do
Rio Show de hoje mencionou a existência de uma coisa que me deixou perplexo: o
personal iPodder. Na verdade, já tinha lido sobre isso antes, mas a letargia habitual provavelmente me impediu de comentar aqui. O "organizador musical" (argh!), geralmente um DJ, chega a cobrar R$ 2 mil para selecionar músicas para o iPod do cliente. Sério, tudo isso só para organizar umas musiquinhas. Tem jornalista que trabalha feito o diabo e não ganha isso num mês. Os
personal iPodders ganham numa sentada no computador.
Se a pessoa precisa de alguém para selecionar as músicas do próprio iPod, ela não deveria ter um iPod. Selecionar as próprias músicas não deveria fazer parte da diversão? Parece lógico para mim. No meu mundo seria assim. Quem contrata um
personal iPodder me passa a impressão de que só tem um iPod porque ter um é
cool. Ou que tem um iPod só porque PODE (ok, com trocadilho, mas, cruzes!).
Queria entender também o que acontece se você quiser mudar a seleção musical. Tem que pagar a mesma coisa ou rola desconto? Ocorreu-me que talvez os clientes dos
personal iPodders sejam o tipo de pessoa que consegue armazenar em 4 giga todas as músicas que vai ouvir pelo resto da vida - o que explicaria o preço absurdo, por se tratar de investimento extremamente duradouro. Isso é mais estranho do que querer comprar dicionário de latim. Não consigo compreender.
(Você pode interpretar esse texto tanto como um "Por que eu não pensei nisso antes?", quanto - e principalmente - como um "Odeio não ter dinheiro").