ONGERIJMD!Meu "segundo time", a Holanda, foi eliminado num jogo que deve ter agradado aos fãs de vale-tudo. Tudo começou com uma entrada violenta de Boulahrouz no marrentinho Cristiano Ronaldo, que acabou sendo substituído por causa da contusão. Orientado por Felipão, Costinha (não dá pra respeitar um jogador com um nome desses) iniciou o revide portugês e foi o primeiro a ser expulso. O que se viu a partir daí foi um festival de empurrões, carrinhos por trás e até uma cabeçada desferida por Figo quando o juiz não estava olhando. A certa altura, a
Reca sugeriu que, se a Holanda empatasse e nada ficasse decidido na prorrogação, os pênaltis fossem substituídos pela luta no gel. Sem dúvida, o jogo mais ultrajante da
Copa.
O lance mais acintoso foi um pênalti não marcado a favor da Holanda, quando um jogador português deu uma voadora no ombro de um dos neerlandeses dentro da grande área. O juiz preferiu marcar um impedimento inexistente que teria antecedido a agressão. Como se isso não bastasse, tive ainda que aturar os comentários pró-portugual de Galvão Bueno, como se a culpa da violência em campo fosse exclusivamente holandesa, e os portugueses, pobres vítimas. Tenho boa vontade com a narração do Galvão em jogos do Brasil, por considerá-la folclórica, apesar (e por causa) das besteiras ditas e das idéias fixas bizarras (como ficar repetindo "tempo extra" a cada frase no segundo tempo de Argentina e México). Mas nessa partida não deu. Tivemos que mudar pra
ESPN Brasil.
Depois da vergonhosa atuação de Portugal, acho muito curioso a imprensa ainda livrar a cara de Felipão, responsável pela conquista mais insossa do Brasil em Copas. A capa do caderno de Esportes d
O Globo de amanhã, por exemplo, atribui a vitória portuguesa à "raça" e ao "coração". Pelo visto, deslealdade e antiesportismo mudaram de nome. Gostei foi do comentário de um sujeito na ESPN, que disse que Scolari se comporta na Copa do Mundo como se estivesse num jogo de
Truco. Para mim, a imagem mais marcante da partida foi justamente o contraste entre a elegante impassibilidade do técnico Van Basten e o chilique histérico de Felipão. Eu não tinha como não torcer pelo holandês.
Claro que, no fim das contas, a Holanda mereceu perder. Era um time bem mais fraco do que
seleções holandesas anteriores, abusou do direito de perder gols e caiu direitinho no joguinho psicológico de Felipão. Mas, ao mesmo tempo, Portugal também não merecia ganhar.
Podem ter certeza de que torcerei loucamente pela Inglaterra nas quartas-de-final.