ARMAGEDÃOEnquanto vocês lêem isso aqui, pode haver um asteróide gigante em rota de colisão com a Terra. Não me refiro a um daqueles pedregulhos que podem, talvez, quem sabe, um dia se chocar com o nosso planeta em 2532, quando nem os bisnetos dos nossos bisnetos estarão vivos. Não. Nosso algoz espacial pode estar a um mês de distância. Talvez menos. E nós só não sabemos disso porque não tem ninguém olhando.
Estima-se que existam pelo menos 1 bilhão de asteróides vagando pelo espaço. Até hoje, só conseguimos descobrir cerca de 50 mil, o que equivale a 0,005% do total. Mas 1 bilhão é apenas um chute. Pode haver mais. Muito mais.
Asteróides são naturalmente difíceis de se detectar. Cientistas acreditam que duas ou três vezes por semana um asteróide quase colida com a Terra sem ser percebido. Em 1993, um meteoro dos grandes passou a 145 mil quilômetros da Terrra e só foi notado quando já estava indo embora. Pode parecer uma distância segura, mas em termos astronômicos é o equivalente a tirar um "fininho" no trânsito, daqueles que por um centímetro não resultam em batida. Ainda assim, em todo o mundo não há mais do que 100 pessoas procurando por asteróides. Os que identificamos até agora foram pura sorte.
Um meteoro medindo 2,5 quilômetros e viajando a 68.000 m/s colidiria com a superfície da Terra apenas um segundo depois de penetrar a atmosfera. Todos os seres vivos num raio de 250 quilômetros que, por um milagre, tivessem escapado incólumes ao calor de 60 mil graus kelvin gerado pela entrada do pedregulho, seriam mortos pelo impacto.
Quem estivesse num raio de 1.500 quilômetros da queda veria um clarão muito maior do que o causado por qualquer bomba conhecida e, logo depois, cobrindo todo o horizonte, uma nuvem colossal de rocha, terra e gases superaquecidos que se deslocaria a milhares de quilômetros por hora. Se você fosse um dos desafortunados a observar a escuridão se aproximando, teria cerca de 5 minutos para pensar no que estava acontecendo antes de ser morto pelos detritos flamejantes.
Os que tivessem a sorte (?) de estar a uma distância segura (?) do impacto, sofreriam ao longo do dia com as conseqüências da onda de choque: terremotos, erupções vulcânicas, tsunamis e chuvas de rocha incandescente. Em 24 horas, estima-se que 25% da população mundial teria morrido. Desnecessário dizer que as comunicações estariam cortadas, tornando impossível obter qualquer tipo de informação, o que só contribuiria para aumentar o terror entre os sobreviventes.
As cinzas do impacto provavelmente obscureceriam o sol por anos, o que transformaria o Rio de Janeiro, por exemplo, numa filial do Alasca. Quem sobrevivesse às provações do período pós-apocalípitico teria que se adaptar a novas e imprevisíveis condições climáticas, que poderiam durar pelo menos 10 mil anos. Uma perspectiva nada animadora.
E o mais interessante, se vocês não estavam prestando atenção, é que isso pode acontecer tanto na semana que vem quanto em 2532. A aleatoriedade não é uma coisa fascinante?
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Uma ótima semana a todos.