MINHA HISTÓRIA SOBRE O PAPAO Papa morreu. Taí uma coisa que eu nunca tinha visto: a morte de um Papa. Quando eu nasci, em 1980, João Paulo II já estava lá, liderando o rebanho católico. Eu era um mero bebê de colo quando o Papa visitou o Brasil pela primeira vez. Minha mãe, assim como muitas outras mães na ocasião, me levou à praia do Leblon para que eu fosse abençoado. As horas passaram, mas o Papa não. Por algum motivo, o roteiro do papamóvel foi alterado e uma multidão de mães e crianças não recebeu a bênção de João de Deus. Até aí, a minha história sobre o Papa é igual a de várias outras crianças da minha geração cujas mães tiveram a mesma idéia.
O que torna a história diferente é o fato do meu pai não ter ido à praia ver o Papa. Primeiro, porque ele não podia: estava no trabalho, em Botafogo, bem longe da orla. Depois, porque provavelmente não fazia questão. Pois na hora do almoço meu pai andava nas proximidades do seu trabalho, ali pelo Pasmado, quando foi surpreendido pelo barulho de muitas sirenes. Quando olhou para o lado, lá estava ele, o Papa, dentro do papamóvel, a menos de 10 metros, dando tchauzinho.
Mais tarde, em casa, é bem provável que o seguinte diálogo tenha ocorrido:
Minha mãe: "Não vimos o Papa!"
Meu pai: "Pois eu vi!"
Eu: "A-ga-ga!"
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Alunos da segunda série imaginam que nome o novo Papa poderia adotar.
— Ia ser engraçado se o novo Papa se chamasse João XXIV. Hihihihi!
— Mais engraçado ainda é se ele resolvesse se chamar João XXX. Hihihihihihihi!
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Estou sentindo que essa morte do Papa vai ser a morte do Tancredo da nova geração.
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Falando em novo Papa, li na
Folha a lista dos 20 candidatos mais fortes à sucessão. Já tenho meu favorito: Lubomyr Husar, cardeal ucraniano. Pô, vai dizer que não ia ser sensacional um Papa com essa cara:
É isso aí, Lubomyr! Torço por você na hora do "Habemus papam"!
E olha que eu nem sou católico.