UMA IDÉIA PARA AS PRÓXIMAS ELEIÇÕESTive essa idéia hoje, no banho. (É um perigo começar um texto com essa frase, mas acompanhem meu raciocínio). O processo eleitoral no Brasil é muito sem-graça. Vejam bem: um monte de políticos inexpressivos e pouco articulados atazanam a vida da população na TV aberta, em horário nobre, por mais de um mês, emporcalham as ruas com galhardetes, cartazes e santinhos, infernizam a vida alheia com carros de som pra lá de impertinentes e ainda têm a desfaçatez de ligar para sua casa para saber se você vai votar neles ou não. Resignado pela obrigatoriedade do voto, o cidadão ainda tem que abdicar de alguns minutos - às vezes horas, dependendo da fila - do seu fim de semana ensolarado para votar nesses sujeitos. Um puta pé-no-saco, convenhamos.
Pois como eu ia dizendo, hoje no banho eu bolei um método para deixar as eleições mais interessantes. Podíamos adotar o sistema já na próxima eleição presidencial. Funciona assim: 12 ou 16 candidatos, não pode ser nem mais nem menos do que isso, são obrigados a morar juntos para participar de um
reality show que decidirá quem será o próximo presidente do Brasil. O programa substituiria o horário eleitoral gratuito e teríamos a oportunidade de conhecer mais a fundo os candidatos e suas propostas. Minha idéia é que ele siga a fórmula de
O Aprendiz. Os candidatos são dividos em dois grupos e a cada semana têm que solucionar um problema relacionado às mazelas da realidade brasileira. O grupo que se sair melhor está garantido na semana seguinte. O que não obtiver sucesso, será submetido a um júri composto por cidadãos comuns, sorteados toda semana, que decidirá quem serão os três candidatos a ir para o paredão. Para o processo ser o mais democrático possível, a votação seria por meio de um 0800 (gratuita), e para não haver fraude cada pessoa só teria direito a um voto, sendo obrigatória a digitação de uma senha (que poderia ser o número do título de eleitor).
O programa prosseguiria até que só restassem dois candidatos, que seriam submetidos a uma tarefa ultra-complicada. Nesta última semana, caberia ao público decidir quem se saiu melhor. E pronto, escolhemos o novo presidente do Brasil. Contei essa idéia para
minha namorada e ela acha que pra ficar mais legal tem que ter algumas mulheres. Concordei e ainda vou mais longe: tem que ter também candidato índio, candidato negro e candidato gay, já que as cotas estão na moda.
Outra coisa importante: os candidatos poderiam ser políticos mesmo. Garotinho, Lula, Aécio Neves e todos esses presidenciáveis poderiam participar do programa. Ao mesmo tempo, cidadãos que nunca exerceram cargo político poderiam pleitear uma vaga, desde que preenchessem algumas características específicas que eu ainda não decidi. Mas já adianto que beleza não seria considerada critério, como acontece nos Big Brothers da vida. Além disso, qualquer tipo de comício, bem como propaganda, seriam terminantemente probidos.
Óbvio que para isso dar certo o voto teria que deixar de ser obrigatório. Outro problema é que não dá para implantar esse sistema nas eleições para senador, deputado e vereador. De todo modo, tenho certeza de que um
reality show para escolher o próximo presidente deixaria as pessoas muito mais interessadas em política. E talvez até conseguíssemos escolher um candidato bom!
Pra ficar melhor, só se o apresentador fosse o Donald Trump. Ou qualquer pessoa com uma peruca divertida.