OPIUM SEANão é a primeira vez que digo isso aqui, mas o OPMC (ou "Opium Sea", se você preferir) foi a melhor descoberta musical de 2004 para mim. Sei pouco a respeito da dupla holandesa formada por Barrie Webb e Teun van der Slikke, que descobri por acaso num desses P2P da vida. Aparentemente eles só lançaram dois discos, ambos pela ultra-desconhecida gravadora Pink Elephant:
Product of Pisces And Capricorn, de 1970, e
Amalgamation, de 1971. Este último é a estrela da semana nas "ninfetas virgens amadoras".
Amalgamation é um disco enxuto. Dez músicas em 33 minutos. A primeira faixa, "Ouverture", é instrumental e serve de preâmbulo para a belíssima "I'll Just Sit Here and Dream", que tem apenas voz, gaita e violão. Estes dois instrumentos, aliás, são praticamente onipresentes no álbum. Colada na segunda faixa vem "Ballad Of The Sun", que mais parece uma canção perdida do
Moody Blues dos tempos áureos - o que, convenhamos, é um puta elogio. Encerrando o lado A, a excepcional "The Head", que conta com um belo solo de guitarra nos minutos finais.
O lado B começa diferente, com "Sick and Tired", cuja levada country lembra
The Band. Depois da quase-vinheta "Train Thing", temos "Easter Song", que retoma o caminho psicodélico do início do disco. A instrumental "Cambridge Impressions" faz a ponte para "Song For Mariolijn", que eu gosto de imaginar como uma ode à maconha, devido às fortes suspeitas nutridas por mim de que "mariolijn" seja holandês para "marijuana".
Espertíssimos, os holandeses deixam para o final a melhor faixa do disco, "Fire Child". Sério, se não tivesse sido composta por uma banda obscura dos Países Baixos, "Fire Child" poderia ser hoje em dia um dos maiores clássicos do movimento psicodélico.
Então. Não dê mole e baixe de uma vez esse clássico injustiçado do folk-psicodélico-chapadão. É só clicar em
ninfetas virgens amadoras e ser feliz.
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Como o disco do OPMC era bem pequeno, sobrou espaço no meu disco virtual e resolvi oferecer de bônus três músicas que não têm a menor relação com psicodelia holandesa. Quer dizer, pelo menos não que eu saiba. No caso, são duas faixas do novo disco do Queens Of The Stone Age, chamado
Lullabies To Paralyze, que está para ser lançado lá fora, e mais uma do próximo disco do Fischerspooner,
Odissey, programado para o início de abril.
Lullabies to Paralyze é mais um discaço do Queens Of The Stone Age. Josh Homme deve ser um desses músicos que venderam a alma ao diabo. Admito que o disco anterior,
Songs For The Deaf, é superior, mas não se pode ignorar um álbum cujas primeiras oito faixas - de "This Lullaby" até "I Never Came" - formam uma seqüência absolutamente perfeita. "Someone's In the Wolf" dá uma desacelerada no disco e abre caminho para as dispensáveis "The Blood Is Love" e "Skin On Skin". O disco volta a entrar nos eixos a partir de "Broken Box" e se encerra decentemente com "Long Slow Goodbye". As faixas que disponibilizei são "Everybody Knows That You're Insane" (melhor faixa do disco) e "In My Head", ambas com cara de single em potencial.
Ouvi bem menos o disco novo do Fischerspooner, por isso não tecerei maiores comentários. Mas posso garantir que a faixa disponibilizada, "Cloud", é uma das melhores. E que estou viciado nela há pelo menos três semanas.
Para baixar essas três canções extras, no entanto, você NÃO tem que clicar em "ninfetas virgens amadoras". Clique direto
AQUI. E não se esqueça da senha:
8FCD8EA3 (lembrando que dia 24 de março a mamata acaba e cede lugar a outro download).
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Ok, por hoje chega, antes que isso aqui vire um blog sobre música.