O MISTÉRIO DO TAFF MAN-E (PARTE 1)Uma coisa que me intriga há muito tempo é a permanência do Taff Man-E no mercado. Sei que ele existe desde que eu era moleque - e lá se vão pelo menos uns 15 anos - e sobrevive até hoje nas prateleiras dos mais diversos estabelecimentos. Taí uma coisa que não entra na minha cabeça. Vejam bem: Taff Man-E é horrível.
Lembro-me da primeira (e única) vez que provei o isotônico. Eu era uma criança inocente, influenciada pelo merchandising dos Trapalhões, quando sorvi o primeiro gole da substância. Na época não fui capaz de expressar em palavras o gosto que senti - me limitando a botar a língua para fora e a fazer cara de nojo profundo. Mas, hoje em dia, posso afirmar sem hesitação que Taff Man-E faz xarope de Polaramine parecer vinho do Porto; ou que entre Taff Man-E e urina fico tentado a escolher a segunda; ou ainda que no dicionário ilustrado ideal há uma garrafinha de Taff Man-E ao lado do verbete "intragável".
Então, como é que o Taff Man-E ainda não deixou de ser fabricado? Será que existem consumidores fiéis de Taff Man-E? Para responder a esta pergunta, resolvi procurar comunidades no Orkut dedicadas à bebida. Se existe um lugar onde os fãs de Taff Man-E expressam sua adoração sem pudores, este lugar é o Orkut. Procurei e não encontrei nada. Nenhuma comunidade para contar história. Digitei com outras grafias e continuei não obtendo resultado. Não há sequer a desculpa de que os consumidores de Taff Man-E são estúpidos demais para conseguir escrever corretamente o nome da bebida que idolatram. Consumidores de Taff Man-E simplesmente não existem (em compensação, encontrei diversas comunidades dedicadas ao Yakult, muita das quais foram criadas por pessoas sem talento para a infâmia, que acham muito engraçado chamar Orkut de Yakult; outro fato curioso é que a maior comunidade dedicada ao Yakult, com mais de 13 mil membros, clama pela versão 2 litros da bebida - o que só ressalta a veracidade da velha máxima "tem louco pra tudo").
Mas não posso crer que não existam consumidores de Taff Man-E. Uma bebida não se manteria por tanto tempo no mercado sem ninguém comprando. A não ser que o Taff Man-E seja algum tipo de lavagem de dinheiro... Não, não! Vou dar um voto de confiança à Yakult. Existem pessoas que bebem Taff Man-E, elas só são muito tímidas. O que me leva a outra questão: por que elas bebem Taff Man-E?
Talvez eu tenha que rever o meu fundamentalismo anti-Taff Man-E. Afinal, toda minha ojeriza é baseada num único gole, ocorrido há mais de uma década. Talvez a Yakult tenha percebido que o isotônico tinha gosto de detergente e mudado a fórmula, o que garantiu uma sobrevida ao produto. Ou talvez o meu paladar tenha evoluído desde aquela época, e o que era asqueroso anos atrás talvez se revele delicioso hoje em dia. Nos meus tempos de guri, por exemplo, não conseguia dar mais que um gole num copo de chope, enquanto hoje em dia... bem, minha barriga fala por si.
Só há uma maneira, portanto, de descobrir o mistério do Taff Man-E: tenho que bebê-lo novamente. Por isso, nos próximos dias farei uma degustação científica da temida garrafinha marrom. Se eu sobreviver, escreverei a segunda parte deste post, que terá como bônus o registro fotográfico da experiência.
E quando essa questão estiver solucionada, atacarei outro tópico palpitante: o que acontece com quem consome Taff Man-E e Cheetos Bolinha AO MESMO TEMPO? Mas nessa aí utilizarei cobaias. Fiquem ligados.