LENNY CRÁVITZOntem foi o dia do show gratuito do Lenny Kravitz na Praia de Copacabana. Eu, claro, não iria nem que me pagassem. Mas
minha irmã foi - ou pelo menos tentou - e nesta entrevista exclusiva conta tudo sobre o evento que reuniu cerca de 500 mil pessoas em frente ao Copacabana Palace.
E então, como foi o show?"Não sei. Não cheguei a ver."
Por quê?"Eu e meus amigos chegamos às 20h (
nota: o show estava marcado para as 21h, mas só foi começar depois das 22h) e estávamos até perto do palco. Mas tinha tanta gente que começamos a ficar sufocados. Da calçada em frente ao Copacabana Palace até a areia não tinha espaço pra andar. Nem conseguimos chegar na areia, aliás. Foi 10 vezes pior do que Réveillon."
O que vocês fizeram?"Não queríamos desistir, então fomos em direção ao Leme, esperando que houvesse menos gente. No caminho, surgiu uma muvuca vindo de uma rua transversal e começamos a ser arrastados em direção à areia. Quase que eu caí em cima do isopor de um vendedor ambulante, que ainda teve a cara-de-pau de reclamar: 'Calma aê, ô lôra!' Calma aê uma pinóia! Não viu que eu estava sendo empurrada? E o mais revoltante é que tinha gente que não fazia a menor idéia do que estava fazendo lá. Ouvi pessoas dizendo 'Bora pro show do Lenny Crávitz!' Nem falar o nome do sujeito sabiam."
Quando foi que vocês desistiram?"Quando a gente percebeu que não ia dar pra chegar no final da platéia. E que mesmo assim ia ser uma droga. Íamos ver tudo pelo telão e ainda tinha uma tenda ou sei lá o quê da polícia, tapando a visão."
E no fim das contas?"Tudo acabou em pizza. Voltamos pra casa do meu amigo e pedimos uma portuguesa na Parmê. Minha única lembrança do show é uma faixa de cabelo do Lenny Kravitz que eu comprei antes do sufoco."
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Obrigado pelas declarações, Daniele. Percebo que fiz bem em não sair de casa.