ZÉ MANÉ
Eu devia ter cinco ou seis anos de idade quando aconteceu o concurso para escolher o nome do mascote da campanha de vacinação contra a paralisia infantil. Foi um concurso nacional, provavelmente. Por este motivo, lembro-me que fiquei chocado ao saber o nome vencedor: Zé Gotinha!
Ora bolas. Como assim, "Zé Gotinha"? Devo ter sentido algo próximo do remorso, por não ter participado do concurso. Afinal, "Zé Gotinha" era um nome que eu poderia ter criado!
(Muitos anos mais tarde, descobri que uma
grande amiga tinha sido a vencedora do concurso - o que só torna tudo mais bizarro).
Algum tempo depois, quando eu já contava respeitáveis 7 anos de idade (ou alguma idade próxima e igualmente respeitável), vi numa Superinteressante um concurso para escolher o nome do mascote da
Osram, empresa que fabrica lâmpadas. Era um bicho orelhudo e muito feio, uma espécie de gremlin mais gordinho. Mesmo ciente de que o concurso não me traria nem um quinto da glória de ter batizado o Zé Gotinha - personagem então conhecido em todo o território nacional - não hesitei em mandar a minha brilhante, muito bem pensada e certamente vencedora sugestão: ZÉ OSRAM!
Obviamente, não ganhei a promoção. E nem o mascote vingou, seja lá com que nome tenha sido batizado. Se tivessem escolhido o meu...
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Pouco depois de perder o concurso da Osram, comecei a produzir furiosamente diversas histórias em quadrinhos. Tudo muito tosco, sem dúvida, mas o que importa aqui é o primeiro personagem que eu criei, que consistia numa garrafa de vinagre ambulante que usava um chapéu-coco. O nome? ZÉ VINAGRE, é claro.
Levando em conta meu passado, é supreendente que este blog não se chame "Zé Repolho".