SILHUETAQuem me conhece sabe que eu sou magro de nascença. Não é à toa que no colégio meu apelido era Macarrão, por ser alto e esquálido. Muito esquálido. Para vocês terem uma idéia, com 17 anos meu 1,90m sustentavam ridículos 55kg. Assustador, não? Hoje, porém, devido a uma combinação de idade avançada com etilismo severo, eu tenho a mesma altura sustentando 75kg, talvez 80kg.
E daí? Bem, e daí que amanhã eu irei a um casamento. E o último terno que eu comprei foi aos 17 anos - ou 20kg atrás, se vocês preferirem. Nunca pensei que fosse ter a sensação de tentar vestir uma calça e não conseguir. É realmente um negócio frustrante. Você tenta encolher a barriga, esticar o tecido, puxar o zíper com mais força e... nada. O diacho da minha calça não cabe de jeito maneira. Tive então que apelar para os ternos do meu pai. O problema é que, assim como eu, meu pai sofreu variações de peso ao longo da vida. Então, eliminando de cara os ternos modelo anos 70 com cintura marcada, sobraram uns 3 que poderiam servir em mim. Mas nenhum ficou, assim, uma Brastemp (é a segunda vez que uso isso aqui, mas eu juro que não estou ganhando nada - é só falta de criatividade mesmo). Cheguei à conclusão de que o meu terno perfeito seria a combinação de dois do meu pai. Só acho que não pegaria muito bem ir à cerimônia trajando um paletó cinza e uma calça marrom. Se eu fosse um sujeito fashion, poderia até lançar tendência e chocar a burguesia ao mesmo tempo. Mas como eu sou apenas um magro barrigudo que não cabe nas próprias calças, acho que vou ter que alugar alguma coisa. Ou apelar para a minha mãe, pois como pude constatar em São Paulo, eu daria uma péssima costureira.
Preciso me acostumar com meu novo contorno.